
04 jun Ucrânia aposta em novos drones de baixo custo para combater ataques lançados pela Rússia
Tentando desenvolver armas mais baratas e eficientes para lidar com o poderio militar russo, a Ucrânia está investindo em uma nova geração de drones com capacidade para identificar e destruir aeronaves não tripuladas inimigas que se aproximam do seu território. Os drones Shahed, de design triangular, são os principais alvos.
O uso desses dispositivos de baixo custo é cada vez maior pelo governo de Volodymyr Zelensky, como foi possível notar no ousado ataque lançado no último domingo (1º). Na ocasião, a Operação “Teia de Aranha” causou um prejuízo gigantesco para Moscou, destruindo cerca de um terço da frota de bombardeiros estratégicos locais.
Leia também: Operação ‘Teia de Aranha’: conheça os aviões russos destruídos no ataque de drones da UcrâniaOs drones Shahed são os maiores alvos das novas aeronaves ucranianas. (Imagem: Getty Images)
Como funcionam os novos drones ucranianos?
Conforme relatou a Bloomberg na terça-feira (3), o conselheiro do ministro de Indústrias Estratégicas da Ucrânia, Oleksandr Kamyshyn, afirmou recentemente que o país aumentou a produção de drones para derrubar o modelo Shahed, usado em massa pela Rússia. O método de ação é adaptável ao alvo.
Em alguns casos, a nova geração de drones da Ucrânia explode ao se aproximar do alvo, usando os fragmentos para derrubá-lo;Já em outros, os modelos funcionam como drones suicidas, voando diretamente contra a aeronave inimiga como se fossem mísseis, explodindo durante o choque;Além dos drones Shahed, eles podem ser usados para abater mísseis de longo alcance e outros tipos de aeronaves, embora não sejam tão eficientes contra certos tipos de alvos;Segundo a reportagem, modelos da geração atualizada custam apenas US$ 300, o equivalente a R$ 1,6 mil pela cotação do dia;Por outro lado, as aeronaves não tripuladas russas do tipo Shahed podem chegar a US$ 35 mil por unidade, ou R$ 197,3 mil.
A Ucrânia também está investindo em drones de asa fixa, assim como os utilizados por Moscou, e em modelos que trazem espingardas integradas para realizar disparos contra aviões inimigos. Além disso, o país passou a aprimorar os drones de visão em primeira pessoa (FPV) para interceptar as aeronaves lançadas pela Rússia.
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Modelos FPV, como os usados para destruir os bombardeiros russos, podem alcançar 160 km/h de velocidade e transportar cargas explosivas. Custando até US$ 500 (R$ 2,8 mil), essas opções são úteis, ainda, contra veículos em solo, drones de reconhecimento e ataque, entre outros dispositivos.
Os novos modelos podem explodir perto ou atingir diretamente os drones russos. (Imagem: Getty Images)
Os drones podem substituir as armas convencionais?
Apesar do sucesso da Operação Teia de Aranha e em outras missões lideradas por Kiev, os modelos interceptadores de drones e outras aeronaves possuem limitações. Dessa forma, eles ainda não conseguem substituir totalmente as armas convencionais no campo de batalha.
Como alternativa aos dispositivos de baixo custo, a Ucrânia também costuma usar outras armas para conter os ataques russos. Contra os sistemas de mísseis mais poderosos, por exemplo, geralmente são usados os mísseis de defesa aérea Patriot fabricados nos Estados Unidos.
Dependendo da ofensiva, Zelensky pode acionar sua frota de caças F-16 fornecida por aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Em outras situações, é preciso usar uma solução mais simples como as metralhadoras instaladas em caminhões, embora esta opção não se apresente muito eficaz.
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Vale destacar, também, que Vladimir Putin não fica para trás em relação aos investimentos em drones, tornando suas aeronaves mais difíceis de serem derrubadas. Uma das últimas inovações é a adição de câmeras e sistemas de manobras evasivas nos drones de asa fixa, permitindo que eles escapem das tentativas de interceptação.
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