
12 jun ESA captura região do Sol nunca observada antes; veja a foto
Lançado em 2020, o satélite artificial Solar Orbiter foi projetado para observar as características do Sol e já coletou diversos dados que auxiliam os cientistas a entender melhor a nossa estrela. Agora, a Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou imagens inéditas de uma região solar que ainda não havia sido observada pela humanidade.
É a primeira vez que a Solar Orbiter conseguiu realizar uma manobra para captar imagens do polo sul do Sol; essa área normalmente está “escondida” da nossa observação.
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Como a Terra orbita o Sol no plano da eclíptica, que é aproximadamente alinhado com o equador solar, a maioria das sondas espaciais segue trajetórias semelhantes. É justamente isso que limita os ângulos de observação e dificulta a visualização direta dos polos solares.
Para os cientistas da missão, a sonda será fundamental para entender melhor o funcionamento do campo magnético do Sol e aprofundar o conhecimento sobre a dinâmica do movimento de material nas camadas externas da estrela.
A observação dos polos é considerada importante para a astronomia, já que ainda não compreendemos completamente a dinâmica solar. Por exemplo, não entendemos completamente a inversão dos polos magnéticos, que ocorre aproximadamente a cada 11 anos.
“O Sol é a nossa estrela mais próxima, geradora de vida e potencial disruptor dos modernos sistemas de energia espacial e terrestre; por isso, é imperativo que entendamos como ele funciona e aprendamos a prever seu comportamento. Essas novas vistas únicas da nossa missão Solar Orbiter marcam o início de uma nova era na ciência solar”, disse a diretora de ciência da ESA, Carole Mundell.
Polo sul do Sol: uma região não observada
Por se tratar de uma região pouco explorada, os cientistas explicam que não sabiam exatamente o que esperar das primeiras observações.
Ao todo, três instrumentos de imagem da Solar Orbiter foram utilizados para registrar o polo sul do Sol ao longo de alguns dias: o Polarimetric and Helioseismic Imager (PHI), o Extreme Ultraviolet Imager (EUI) e o Spectral Imaging of the Coronal Environment (SPICE).
Apesar de ser a primeira captura do polo sul do Sol, a região já havia sido estudada indiretamente por astrônomos. (Fonte: ESA / NASA / Solar Orbiter)
Enquanto o PHI foi utilizado para estudar o campo magnético do Sol por meio da luz emitida, o EUI observou diferentes comprimentos de onda na atmosfera solar. Já o SPICE captou dados em ultravioleta e ultravioleta extremo visando analisar as características da coroa solar.
Além de produzirem imagens impressionantes de uma região nunca observada pela humanidade, os dados coletados pela Solar Orbiter também ajudaram os cientistas a identificar padrões no movimento do material nas camadas externas do Sol — como os vórtices polares, que funcionam como redemoinhos de gases.
A imagem mostra registros do polo sul do Sol feitos por diferentes instrumentos da sonda Solar Orbiter. (Fonte: ESA / NASA / Solar Orbiter)
Outro ponto é que, os resultados podem ajudar a compreender melhor o ciclo de 11 anos da atividade solar. Por exemplo, os cientistas buscam entender com mais precisão quando exatamente ocorrem os picos desse ciclo.
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O satélite artificial só conseguiu realizar essa observação porque inclinou sua órbita em 17 graus, e permanecerá com essa inclinação até dezembro de 2026. A partir de então, a sonda passará para inclinações de 24 e 33 graus até 2029.
“Este é apenas o primeiro degrau da ‘escada para o céu’ da Solar Orbiter. Nos próximos anos, a sonda espacial se afastará ainda mais do plano eclíptico para vistas cada vez melhores da polarização solar”, disse o astrônomo da ESA, Daniel Müller.
Os mistérios do Sol ainda intrigam os cientistas, especialmente quando se trata do comportamento magnético da estrela. Quer saber mais? Então, aproveite para entender, o porquê os planetas se afastam do Sol. Até a próxima!