
24 jun Coração de Ferro traz um sopro de personalidade e autenticidade ao MCU – Crítica
Escrita por Chinaka Hodge e estrelada por Dominique Thorne, Coração de Ferro chega ao Disney+ como mais um capítulo do Universo Cinematográfico da Marvel. Na trama, Riri Williams é uma jovem prodígio de dezenove anos que perde sua bolsa de estudos no prestigiado MIT: seus testes laboratoriais fracassam e, para financiar pesquisas próprias, ela chega a vender projetos escolares a colegas de outras faculdades.
Sem saber como seguir e longe dos laboratórios, Riri retorna à sua cidade natal, Chicago, e logo cruza com um grupo de criminosos liderado pelo enigmático Parker “The Hood” Robbins. Ele oferece apoio financeiro em troca de esquemas de roubo de alto risco, e a jovem se vê diante de dilemas morais e de um universo em que tecnologia e magia podem se entrelaçar.
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Uma expansão bem-vinda ao universo Marvel
Nos quadrinhos, Riri Williams surgiu em Invincible Iron Man e logo ganhou série solo, sendo mentoreada por uma IA com a memória de Tony Stark. No cinema, ela foi introduzida em Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (2022) e assume papel central em Coração de Ferro, cuja narrativa se passa logo após os acontecimentos daquele filme.
O primeiro episódio faz um ótimo trabalho ao expor não apenas as motivações externas de Riri, mas também suas dores internas: sabemos que ela perdeu o padrasto e a melhor amiga em um tiroteio no bairro, e esse trauma é o fio condutor de sua determinação em confeccionar sua própria armadura e proteger a todos a quem ama.
Com uma protagonista movida por motivações sólidas e um roteiro que combina ação, emoção e bom humor, o episódio piloto de Coração de Ferro apresenta personagens ao mesmo tempo carismáticos e instigantes. Em meio a produções de orçamentos inflados e baixo engajamento, narrativas como esta, que incorporam mazelas sociais e pautas raciais com naturalidade e coerência, oferecem um respiro de autenticidade num universo que, até então, se apoia em fórmulas desgastadas e nostalgia.
As pessoas são o ponto alto da história. E que bom!
Os últimos anos não foram generosos com o MCU, mas apostar em histórias fora da curva pode ser o caminho para reconquistar e expandir seu público. Isso fica ainda mais evidente graças a personagens cativantes e a atuações de destaque, como a de Anthony Ramos (Hamilton, Twister) e da jovem Lyric Ross (This Is Us), cuja Natalie Washington — melhor amiga de Riri Williams — conquista o espectador já na primeira fala, com sua personalidade afiada e genuína.
Dominique Thorne imprime a Riri Williams o equilíbrio perfeito entre sensibilidade e determinação: uma jovem que, apesar de sua genialidade, precisa recorrer a uma armadura para enfrentar um sistema que não a favorece, e cuja humanidade se revela em cada momento de vulnerabilidade.
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Numa narrativa que se utiliza da tecnologia como instrumento de superação e heroísmo, o que se sobressai são as personagens e suas trajetórias facilmente identificáveis. Algo que o expectador teve um vislumbre em Thunderbolts* (ou Novos Vingadores) e que espero que se mantenha.
Os dois primeiros episódios de Coração de Ferro já estão disponíveis no Disney+ e o restante da temporada chega na próxima terça-feira, 01 de julho.