
25 jun Google Earth completa 20 anos; relembre a evolução e curiosidades do programa
Em 28 de junho de 2005, a Google lançava gratuitamente para o público uma nova plataforma de aprendizado e até entretenimento. É o Google Earth, o software de mapeamento em 3D do planeta que permite a visualização da Terra a partir de vários ângulos e altitudes.
Ao longo dos 20 anos de existência, o serviço se tornou referência em educação, curiosidades e até para estudos científicos profissionais — além de ser uma boa forma de distração para quem apenas quer conhecer cantos remotos do globo sem sair de casa. Para celebrar o aniversário, até um novo recurso foi adicionado: a capacidade de ver imagens históricas do Google Street View a partir do Google Earth, função antes exclusiva do Maps.
A seguir, relembre o lançamento e o desenvolvimento do Google Earth, até passar pela evolução do serviço e o estabelecimento dele como parte do ecossistema da empresa.
O início e a evolução do Google Earth
O Google Earth nasce a partir de uma tecnologia de criação e organização de uma base de dados contendo mapeamentos em três dimensões da Terra, reunidos em um único programa com uma interface simples de navegação. Esse trabalho foi desenvolvido por uma empresa chamada Keyhole, que teve certo destaque no começo da década de 2000 ao fornecer imagens via satélite para indústria, militares e o setor imobiliário.
A Keyhole foi adquirida pela Google em 2004, com a gigante das buscas interessada em absorver a tecnologia já em operação. Um ano depois, o serviço antes comercializado apenas com outros empreendimentos (B2B, ou business to business) vira um serviço com uma versão também para o público geral (B2C, ou business to consumer).
A interface do Google Earth em 2005. (Imagem: Reprodução/TechCrunch)
Nascia então o Google Earth, um programa de navegação por uma simulação em 3D da Terra com um mecanismo de busca capaz de levar o usuário a praticamente qualquer canto do planeta visto de cima.
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No lançamento, ele tinha capacidades limitadas e só oferecia vista 3D de edifícios e terrenos de certas partes do mundo. Já as imagens mais distantes eram uma combinação de fotos capturadas por diferentes satélites, em uma espécie de mosaico que facilitava a navegação e permitia uma transição suave pelo mapa.
O Google Earth ao longo dos anos
Atualmente, o Google Earth existe em três versões. A mais popular delas é a plataforma web que abre direto no navegador e é totalmente gratuita para usar.
Além disso, é possível baixar o aplicativo do Google Earth para Android e iOS, também de forma gratuita e com ferramentas como criação de mapas específicos e adição de marcadores. Já a versão para computador é o Google Earth Pro, uma variante com recursos avançados para uso profissional, incluindo imagens histórias e exportação de dados de fontes externas.
o programa atingiu a marca de 100 milhões de downloads já na primeira semana após o lançamento;ele ganhou uma grande atualização em 2008 com a integração do Street View, a visualização interativa e panorâmica de ruas a partir do ponto de vista de carros ou pedestres;em 2007, já era possível navegar também por imagens do espaço, incluindo estrelas e outros corpos celestes. Nos dois anos seguintes, isso foi expandido para visitas até a Lua e Marte;O visual atual da ferramenta para navegadores. (Imagem: Reprodução/Google Earth)na versão 5.0, lançada em 2009, a empresa apresentou também a visualização da superfície de oceanos (Google Ocean);ao longo dos anos, recursos como mais camadas de navegação e o timelapse (que mostra a evolução geográfica de regiões inteiras ao longo de décadas) foram adicionados;o último grande redesign da plataforma aconteceu em 2023, quando ela ganhou a interface no padrão Material Design;apesar de longe do auge e já com a camada de imagens via satélite incorporada no Google Maps, ele segue popular até hoje: foram mais de 2 bilhões de acessos e buscas só no passado;
Por que ele é importante?
O Google Earth é até hoje atualizado com frequência em parceria com instituições científicas e governamentais. Isso significa que ele é formado por imagens de satélite precisas e que fornecem informações verídicas sobre urbanização, flora, geografia e outros elementos de terrenos, de zonas remotas até grandes metrópoles.
Esse empenho até já fez com que ele contribuísse com pesquisas científicas e descobertas relevantes. Em 2008, pesquisadores descobriram um recife de coral na Austrália depois de observar uma imagem de uma região pouco explorada via Google Earth. Dois anos depois, cavernas contendo fósseis de hominídeos de um passado distante também foram achadas na África do Sul a partir do programa.
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Outro uso famoso foi retratado no filme Lion: Uma Jornada para Casa, de 2016. A produção conta a história de Saroo Brierley, que reencontrou a família biológica depois de 20 anos após se localizar em pesquisas no Google Earth.
Ainda assim, a ferramenta também foi alvo de várias polêmicas. O Google Earth foi considerado em especial nos primeiros anos como invasão de privacidade, já que mostrava até mesmo residências privadas vistas de cima. Ele precisou ao longo dos anos borrar ou reduzir a visibilidade de instalações militares e prédios governamentais, por exemplo, já que a ferramenta poderia ser usada em ataques.
Uma usina nuclear na França com a vista de cima borrada de propósito por segurança. (Imagem: Google Earth/Reprodução)
Além disso, a ferramenta tende a ser criticada por algumas nações no estabelecimento de fronteiras e nomes de localidades que são conhecidas de forma diferente de acordo com o país — como o Golfo do México, que Trump rebatizou não oficialmente como Golfo da América e teve a alteração aceita pela Google.
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