Mario Kart World traz excelentes ideias à franquia, mas ainda tem espaço para melhorar – Review

Depois de um longo reinado, Mario Kart 8 finalmente deu espaço para seu sucessor, Mario Kart World, que chegou como título de destaque no lançamento do Switch 2. Não há dúvidas de que esse era o jogo certo para iniciar a vida do novo console, mas a curiosidade que fica é se ele realmente entrega tudo o que promete, se é uma sequência digna do título de maior sucesso da franquia e, é claro, se vale o preço salgado que causou tanta controvérsia nos últimos meses. A gente te conta tudo isso na análise a seguir!

Um novo mundo

Logo de cara, não dá para ignorar o fato de que Mario Kart World realmente faz uso do hardware do Switch para entregar uma experiência fluida, vibrante e cheia de detalhes que não seriam possíveis antes. Para começar, as corridas agora contam com 24 personagens competindo entre si em vez dos 12 com os quais estávamos acostumados há anos. As pistas também estão mais ambiciosas, com muito mais elementos, efeitos e ações diferentes ocorrendo a todo tempo.

Os modos tradicionais do Grande Prêmio, Contrarelógio, Confronto e Batalha estão aqui como esperado, mas as grandes novidades são a possibilidade de explorar o mundo aberto e o modo Eliminatória. Ele funciona como um Battle Royale consistindo em 6 voltas, cada uma em uma pista diferente, que vai eliminando os jogadores dependendo de suas posições, até que restem apenas 4 corredores na reta final.

Embora o jogo num total seja bem divertido, não dá para negar que Eliminatória é o destaque de Mario Kart World. Seja jogando offline, online ou com amigos de forma local, esse modo é o que realmente faz o game parecer com uma evolução em relação à Mario Kart 8, já que faz uso da conexão integral das pistas nesse novo mundo aberto do título, permitindo que as voltas nas 6 pistas ocorram sem qualquer tela de carregamento ou pausas.

Já o mundo aberto em si é uma adição mais interessante na teoria do que na prática. Claro que pode ser divertido explorar o mapa e ver como as pistas se conectam, mas não há tanto para se fazer no geral, o que deixa aquele sentimento de um mundo mais vazio. Você poderá encontrar alguns easter eggs legais, moedas colecionáveis, paineis escondidos e alguns desafios divertidos, mas tudo é bem espaçado e é algo que pode se tornar repetitivo em pouco tempo.

Possivelmente quem mais sofre desse novo esquema de mundo conectado é o modo Grande Prêmio, o mais tradicional da franquia. Afinal, apesar de ainda oferecer pausas entre cada pista e corrida, você precisa realizar algumas voltas extras só por percorrer as estradas e rodovias que conectam as pistas umas às outras. Isso é algo legal de se ver na primeira vez, mas não toda vez que quiser disputar uma das 8 copas disponíveis.

Conteúdo é o que não falta

Falando nas pistas, uma coisa que preciso mencionar é que é perceptível que agora elas estão mais largas e, muitas vezes, oferecem um trajeto mais reto e em que não é tão necessário tirar vantagem do drift dos seus veículos. O motivo provavelmente é porque as corridas ficariam muito mais caóticas com os 24 personagens se as pistas seguissem o mesmo esquema de jogos anteriores da franquia. No modo online dá para sentir isso muito mais do que no offline ou jogando localmente com alguns amigos, já que a disputa se torna bem mais acirrada no geral e o formato das pistas acaba importando menos.

Eu diria que o resultado acaba sendo misto por esse motivo, já que ao mesmo tempo em que as pistas podem ser lindas, interessantes, cheias de efeitos e com clima dinâmico, elas também podem ser menos desafiadoras dependendo do modo que estiver jogando. É claro que você pode tirar proveito das novas técnicas ou possibilidades que o game oferece, como correr pelas paredes ou em trilhos por alguns segundos em certas partes da pista, algo que já diversifica bem o gameplay.

Felizmente, não falta diversidade nos personagens que o game disponibiliza em seu elenco. Além dos rostos tradicionais do universo Mario, também temos alguns personagens secundários que costumávamos ver nos arredores das estradas e, que agora, ganharam destaque. Outra surpresa agradável é que os corredores mais conhecidos possuem vários visuais diferentes e bem bonitinhos, garantindo que nem todo Mario ou Peach sejam iguais em corridas online, por exemplo.

Além de ser um jogo lindo e tão detalhado, Mario Kart World oferece uma performance lisa e sem qualquer engasgo.

O maior problema tanto dos personagens secundários como dos visuais alternativos é a forma que você destrava tudo isso. Enquanto os personagens tradicionais e os veículos podem ser destravados ao terminar todas as copas do Grande Prêmio e ao coletar moedas, o resto é totalmente aleatório. Para destravar os corredores secundários, é necessário esperar que alguém te transforme em um desses personagens no meio da corrida, o que só é possível através do uso de um item raro.

Já os visuais podem ser destravados com os saquinhos de comida que você encontra em diversos lugares pelas pistas, mas nunca dá pra saber qual prato libera qual roupa e qual está faltando para os visuais que você ainda não conseguiu. Embora isso possa aumentar a frequência em que você corre em certas pistas ou que troca seus personagens, eu não diria que é a medida mais ideal para liberar tudo o que o game tem a oferecer.

Partindo para assuntos mais agradáveis, tenho que mencionar que a trilha sonora é espetacular e frequentemente te surpreende com versões novas de músicas clássicas das diversas franquias relacionadas aos personagens do game. O único aspecto que eu mudaria aqui é que acho que o game deveria oferecer uma maneira de ouvirmos as músicas da trilha sonora sem necessariamente ter que jogar uma corrida ou copa específica.

Outro ponto positivo é que além de ser um jogo lindo e tão detalhado, Mario Kart World oferece uma performance lisa e sem qualquer engasgo. Seja no dock ou na forma portátil, o game me surpreendeu a todo momento com seu visual vibrante e gameplay fluído. Eu só diria que pode ser meio cansativo de realizar uma copa inteira ou as 6 voltas do Eliminatórias com o Switch 2 nas mãos por causa do peso, mas é exatamente para isso que serve o suporte para deixá-lo em uma superfície.

Vale a pena?

Honestamente, é até difícil de imaginar um jogo da franquia Mario Kart que não valha a pena experimentar. Não dá para negar que o novo título é muito divertido e deve garantir dezenas de horas de gameplay, especialmente para quem for jogar com amigos ou online. Por isso, eu acredito que a grande questão aqui é se ele vale a pena agora, no início de vida do Switch 2, e por um preço bem salgado, como a gente já sabe.

Tendo em vista tudo o que mencionei ao longo dessa análise, eu diria que esse é um jogo perfeito para pegar se você for um grande fã da série ou se tiver a oportunidade de comprar o bundle do Switch 2 que já vem com o game incluso. Caso contrário, acho que dá para esperar mais tempo e ainda continuar se divertindo com Mario Kart 8 Deluxe, pelo menos até que você encontre o novo game em uma promoção. De qualquer forma, quando tiver a chance, eu garanto que Mario Kart World vai ser um daqueles jogos para te acompanhar durante todo o ciclo de vida do Switch 2.

Nota do Voxel: 85

Pontos positivos:

Modo Eliminatória é o grande destaqueAs pistas estão lindas, cheias de detalhes e coisas acontecendoA conexão entre as pistas é algo bem interessante de se verTrilha sonora espectacularExcelente variedade de personagens e visuais

Pontos negativos:

Falta a opção dos 200ccO design mais reto de algumas pistas tira parte da dificuldade no single-playerCorrer pelas rodovias e estradas que conectam as pistas se torna meio chato no Grande Prêmio

Mario Kart World já está disponível para jogar no Nintendo Switch 2. Uma cópia do game foi cedida pela desenvolvedora para a realização desta análise.