Férias forçadas: dona do ChatGPT dá folga para a equipe, mas não é por bondade da chefia

Funcionários da OpenAI ganharão em breve férias não planejadas e obrigatórias de uma semana para “recarregar as energias“. A informação é da Wired, que teve acesso a um documento interno compartilhado com os funcionários e assinado pelo chefe de pesquisas da companhia, Mark Chen.

Só que a boa notícia não é apenas um bônus promovido pela empresa, que é dona do ChatGPT e uma das líderes do setor de inteligência artificial (IA) generativa. Na verdade, ela vai promover a folga a uma grande parte dos seus colaboradores para não perder a atual equipe para uma concorrente no mercado.

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De acordo com a reportagem, a ação emergencial foi definida pelos executivos da marca em uma tentativa de acalmar os ânimos dos funcionários e, principalmente, ganhar tempo na montagem de uma estratégia para resistir às ofertas tentadoras atualmente oferecidas pela Meta.

A treta entre Meta e OpenAI

A Meta, empresa de Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou investimentos recentes para turbinar a divisão interna de IA, tanto em infraestrutura quanto em ferramentas cada vez mais avançadas. Isso já posicionava ela ainda mais como uma rival da OpenAI;A situação piorou nas últimas semanas, quando vários engenheiros, programadores e especialistas em IA trocaram a dona do ChatGPT pela Meta. Ela teria oferecido contratos bastante generosos a algumas pessoas, incluindo altos bônus de até US$ 100 milhões e outras compensações para forçar a troca de casa;Pelo menos oito pesquisadores fizeram a migração entre as companhias, atraídos pelo salário e a promessa de trabalhar no projeto de “superinteligência” da companhia de Mark Zuckerberg;Sam Altman, cofundador e CEO da OpenAI. (Imagem: Getty Images)No documento, executivos e coordenadores da OpenAI tentam convencer a equipe a continuar na empresa, argumentando que a ‘pressão’ e ‘ofertas ridicularmente explosivas’ não são boas atitudes e devem ser consideradas com calma;Os executivos ofereceram ainda uma chance aos funcionários que estão “balançados” por uma dessas oportunidades de trabalho para conversar com a chefia — e as decisões têm sido tomadas inclusive por Sam Altman, cofundador e CEO;Além da aproximação da Meta para contratar os destaques da concorrente, o ambiente de trabalho na OpenAI estaria pesado demais, com uma carga horária semanal que passa das 80 horas;As mudanças corporativas na companhia também estariam desgastando o time, em especial após o recuo na transformação em uma empresa com fins lucrativos e atritos com a principal parceira e investidora, a Microsoft;

O chefe de pesquisas da OpenAI ainda garante que a companhia está “procurando formas criativas de reconhecer e recompensar os melhores talentos” que optarem por permanecer. “Eu sinto algo visceral neste momento, como se alguém tivesse arrombado a nossa casa e roubado alguma coisa. Por favor, confiem que nós não estamos sentados e parados sem fazer nada”, descreveu o executivo. 

Atualmente, a empresa não é sequer considerada um negócio lucrativo, apesar dos altos investimentos recebidos e da receita gerada ser cada vez maior. Um dos planos dela ainda para este ano é transformar o chatbot em um ‘super assistente’ para tarefas cotidianas variadas.

Para além do DeepSeek, outra empresa chinesa de IA também começou a tirar o sono da OpenAI por ser uma futura concorrente de peso. Ficou curioso? Confira mais sobre esse assunto neste artigo!