
11 jul ‘Duendes vermelhos’: astronauta da NASA a bordo da ISS registra forma rara de raio
A imagem de um fenômeno raro registrado pela astronauta Nichole Ayers viralizou no X, na última semana, mostrando um raio conhecido como “red sprites”, ou “duendes vermelhos” em tradução livre. A foto foi feita a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), que proporcionou uma visão privilegiada do evento.
Segundo a profissional da NASA, o registro aconteceu enquanto o laboratório orbital sobrevoava o México e os Estados Unidos, flagrando uma tempestade na região. “Temos uma ótima visão acima das nuvens, então os cientistas podem usar esses tipos de imagens para entender melhor a formação”, escreveu ela, em seu perfil na rede social.
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Just. Wow. As we went over Mexico and the U.S. this morning, I caught this sprite.
Sprites are TLEs or Transient Luminous Events, that happen above the clouds and are triggered by intense electrical activity in the thunderstorms below. We have a great view above the clouds, so… pic.twitter.com/dCqIrn3vrA
— Nichole “Vapor” Ayers (@Astro_Ayers) July 3, 2025
O que são os “duendes vermelhos”?
Muitas vezes associados a algum tipo de fenômeno sobrenatural ou até mesmo a alienígenas, os red sprites não têm qualquer ligação com outros mundos. Cientificamente, eles são chamados de Eventos Luminosos Transientes (TLEs), que ocorrem na alta atmosfera terrestre durante tempestades.
Da mesma forma que os raios convencionais, eles são resultado do acúmulo de carga elétrica no interior das nuvens, a partir de processos relacionados às tempestades;A diferença para os relâmpagos visualizados durante as chuvas mais fortes é que os TLEs acontecem entre 50 km e 90 km acima da superfície;Os duendes vermelhos duram apenas uma fração de segundo, manifestando-se sob a forma de um sistema radicular, com feixes finos e na cor avermelhada;A tonalidade que deu nome a esse tipo raro de raio surge quando a descarga elétrica se depara com o nitrogênio na atmosfera, liberando luz a partir desta interação;Como mostra a foto feita pela astronauta da NASA, também há a formação de luz azul nas partes mais baixas, próximo às nuvens, o que dá a aparência de um “portal se abrindo”.
Embora relatos dos raios duendes vermelhos existam há décadas, principalmente de observações feitas por pilotos de avião, os registros de imagens do fenômeno são relativamente recentes. A primeira foto do evento raro foi tirada em 1989, mostrando clarões vermelhos em meio a nuvens.
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Desde então, mais imagens surgiram, muitas delas feitas no espaço, já que observar os red sprites da superfície terrestre não é uma tarefa simples. Locais em que as tempestades ocorrem com frequência, como o Planalto Tibetano, são os mais procurados pelos cientistas que estudam os TLEs.
Red sprites na costa da África do Sul foram registrados em junho de 2024 também a bordo da ISS. (Imagem: Matthew Dominick/NASA/Reprodução)
Projeto da NASA reúne imagens do fenômeno
Para auxiliar os cientistas a compreenderem melhor os red sprites, a NASA criou o “Spritacular”, um projeto de ciência cidadã que convida o público em geral a compartilhar imagens registradas do fenômeno. A ideia é criar um grande banco de dados para estudos relacionados aos TLEs.
Conforme a agência espacial americana, a iniciativa está em busca de respostas sobre com que frequência o fenômeno ocorre, o que leva à formação assumida por esses raios e as condições da atmosfera superior essenciais para desencadear o evento. Os pesquisadores também querem saber como os duendes vermelhos se conectam às ondas gravitacionais, entre outras coisas.
Para contribuir com o projeto é necessário criar uma conta no Spritacular e enviar as imagens do fenômeno, informando detalhes como local e hora do registro, para revisão dos especialistas. A NASA recomenda que as imagens sejam feitas com câmeras digitais reflex de lente única (DSLR).
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