
14 jul EUA registram morte por bactéria que vitimou milhões de pessoas na Idade Média
Autoridades de saúde do Condado de Coconino, no Arizona (Estados Unidos), confirmaram que um morador da cidade morreu por peste pneumônica, uma condição rara e associada à peste bubônica, que matou milhões de pessoas no século XIV. Detalhes do caso foram divulgados na última sexta-feira (11).
Segundo o Departamento de Saúde e Serviços Humanos do Condado (CCHHS), testes confirmaram que o paciente foi infectado pela bactéria Yersinia pestis, embora não tenha sido informado quando o óbito aconteceu. Trata-se da primeira morte por essa doença na região desde 2007.
Leia também: Múmia de homem contaminado confirma peste bubônica no Egito há 3,3 mil anosA bactéria Yersinia pestis causou milhões de mortes em séculos passados. (Imagem: Getty Images)
O que é a peste pneumônica?
Infecção pulmonar grave, a peste pneumônica é causada pela mesma bactéria da peste bubônica e da peste septicêmica. Ela ocorre quando o micro-organismo entra nos pulmões, sendo o tipo de peste menos comum, porém o mais perigoso.
A doença pode ser transmitida de pessoa para pessoa, por meio de espirros e tosse, da mesma forma que o resfriado comum;Outras possibilidades de transmissão são o contato com animais infectados pela bactéria e a Yersinia se movendo de outra parte do corpo para os pulmões;O período de incubação pode ser de apenas um dia após a inalação do agente infeccioso;Febre, dor de cabeça, dor no peito, falta de ar, fraqueza, tosse e, em alguns casos, muco sanguinolento ou aquoso, são os principais sintomas da peste pneumônica;A administração de antibióticos é o tratamento para a doença, mas o atendimento precisa acontecer o mais rápido possível para evitar a morte;De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), são registrados cerca de sete casos de peste humana por ano no país, com o risco de exposição permanecendo baixo;A transmissão da peste entre pessoas não é registrada nos EUA desde 1924.
Grande parte dos casos de peste no território americano acontece em áreas rurais do Oeste, nos estados do Arizona, Novo México, Oregon, Colorado, Califórnia e Nevada, associados principalmente a roedores. Picadas de pulgas e contato com cães e gatos infectados também estão entre as formas de transmissão nessas regiões.
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Já globalmente, a doença tem maior número de casos na África, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), especialmente em Madagascar e na República Democrática do Congo. O Peru é outro país em que a doença permanece endêmica.
Alguns dos sintomas da peste pneumônica são parecidos com os da gripe. (Imagem: Getty Images)
Como se prevenir?
Usar repelente de insetos, aplicar produtos antipulgas nos animais de estimação e usar luvas ao manusear animais que possam estar infectados pela Yersinia são algumas das medidas preventivas. Também é importante evitar acampar em áreas próximas às tocas de roedores e não acumular lixo em casa.
Até o momento, foram registradas três pandemias causadas pela peste. A primeira aconteceu por volta do ano 541, com várias ondas da doença levando a dezenas de milhões de mortos, de acordo com estimativas.
Na Idade Média ocorreu a segunda delas, afetando principalmente a Europa, com cerca de 25 milhões de óbitos. A terceira pandemia de peste foi iniciada em 1855 e só terminou em meados do século XX, espalhando-se por todo o mundo, com a China e a Índia sendo os maiores impactados.
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Medidas como o desenvolvimento de antibióticos e o saneamento contribuíram para diminuir a chance de uma nova pandemia. Existe vacina para a peste, mas ela não é disponibilizada amplamente, com a aplicação direcionada a profissionais que manipulam a bactéria e pessoas que residem em áreas com alto número de casos.
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