Prefeitura de Diadema compra drone que dispara gás lacrimogêneo contra “bailes funks”

Em um movimento polêmico, a prefeitura da cidade de Diadema, na região da Grande São Paulo, realizou uma compra no valor de R$ 365 mil para um drone que lança projéteis de gás lacrimogêneo. O equipamento foi adquirido para combater com os “baile funks”, mas gerou crítica por grupos da oposição.

No Portal da Transparência do município, é informada a compra de um drone da Condor S/A Indústria Química por R$ 345 mil, além de 48 cartuchos de gás por R$ 20.313,60;A descrição do produto informa que essa é a versão CD-600, também chamado de “Condor Drop”;O dispositivo tem teto de operação entre 30 a 70 metros, autonomia de voo de 20 minutos e alcance de até 5 km;A empresa aponta em seu site que o produto pode lançar gás de pimenta, agentes líquidos e fumígenos coloridos.

Para a cidade de Diadema, o uso do drone de capacidade não letal será para acabar com os “pancadões da cidade”. Populares em zonas periféricas, os bailes se tornaram um inimigo público da prefeitura, que espalhou inúmeros cartazes explicitando “tolerância zero” com esse tipo de manifestação popular.

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Equipamento foi comprado sem licitação

Apesar do drone e os cartuchos aparecerem no Portal da Transparência com suas devidas informações, grupos da oposição criticaram fortemente o movimento da cidade de Diadema. Uma das máximas é que não houve licitação para a compra, ou seja, processo no qual a administração público seleciona diversas propostas e escolhe a mais vantajosa.

Em contrapartida, a prefeitura salienta que houve a dispensa de licitação, uma vez que esse drone é fornecido por somente uma empresa no Brasil. A Lei º 14.133/2021 prevê a dispensa em determinados casos, como “inviabilidade de competição” e quando “não há possibilidade de obtenção de propostas de outros fornecedores”.

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Opositores também criticaram o prefeito Taka Tamauchi pela utilização do equipamento, que pode causar tumultos em grandes aglomerações. No caso, é usado como comparação o “Massacre de Paraisópolis”, quando nove jovens morreram em 2019 após uma ação policial.

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