Conheça a história real que inspirou Exorcista O Devoto, filme bombando na Netflix

Com a estreia recente de O Exorcista: O Devoto na Netflix, muitos espectadores estão redescobrindo os horrores clássicos da possessão demoníaca e se perguntando: até que ponto essa história é baseada em fatos reais? 

Embora o novo longa seja uma continuação direta do filme de 1973, ele carrega nas entrelinhas uma das histórias mais assustadoras já registradas: o caso verídico de Roland Doe, o menino cuja experiência inspirou toda a franquia de terror O Exorcista.

Saiba tudo abaixo!

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Exorcista: o menino por trás do mito

A origem de O Exorcista remonta aos anos 1940, quando um garoto de 14 anos, conhecido pelo pseudônimo “Roland Doe” (ou “Robbie”), começou a apresentar comportamentos que desafiavam qualquer explicação racional. 

Morador de Cottage City, em Maryland (EUA), o menino teria pedido um tabuleiro Ouija de presente à sua tia Harriet — que, coincidentemente, faleceu pouco tempo depois. A partir de então, sua família relatou estranhos fenômenos dentro da casa: batidas nas paredes, objetos se movendo sozinhos e até arranhões surgindo misteriosamente em seu corpo.

Novo filme do Exorcista tem inspirações reais. 

Em busca de respostas, os pais de Roland procuraram médicos, psicólogos e líderes religiosos. Foi somente após sucessivas tentativas frustradas que padres católicos foram chamados. Diversos rituais de exorcismo foram realizados, em locais como a casa da família, o Hospital Universitário de Georgetown e o Hospital Alexian Brothers. 

Um dos momentos mais impressionantes do caso teria ocorrido quando, durante um dos ritos, palavras como “LOUIS” apareceram arranhadas na pele do garoto — o que levou os religiosos a transferirem o exorcismo para St. Louis, onde outros padres, incluindo Walter Halloran, assumiram a missão.

Da realidade ao cinema de terror

A história chegou até William Peter Blatty, autor do livro O Exorcista (1971), enquanto ele ainda era estudante da Universidade de Georgetown. Fascinado pelo relato, ele conseguiu acesso ao diário de um dos padres envolvidos e transformou os eventos reais em uma ficção aterradora. 

Blatty optou por alterar alguns elementos centrais da história para preservar o anonimato do menino: 

Roland se tornou Regan, uma menina de 12 anos
 A possessão deixou de estar ligada a uma família tradicional e passou a envolver uma mãe solteira
 Os eventos sobrenaturais foram intensificados com efeitos cinematográficos impressionantes, como a icônica cena da cabeça girando.

Quando o diretor William Friedkin assumiu o comando da adaptação para o cinema, seu objetivo era claro: apresentar o caso com o máximo de realismo possível. 

Ele consultou especialistas, usou padres como consultores técnicos e até buscou informações diretamente com familiares de Roland. O resultado foi um filme que, embora classificado como horror, nasceu da crença genuína de seus criadores na existência do mal.

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Qual a história de O Exorcista: O Devoto?

O Exorcista: O Devoto, lançado em 2023 e agora disponível na Netflix, retoma essa tradição. Dirigido por David Gordon Green, o longa funciona como uma “sequência espiritual” do original, com a presença de Ellen Burstyn, que retorna ao papel de Chris MacNeil após 50 anos. A trama gira em torno de duas meninas que desaparecem na floresta e voltam com sinais evidentes de possessão, levando seus pais a buscarem ajuda no passado sombrio que marcou a vida de Chris.

Embora esta nova produção não seja baseada em fatos reais como o original, seu lançamento reacendeu o interesse pela história de Roland Doe — hoje amplamente atribuída a Ronald Hunkeler, engenheiro da NASA que viveu sob anonimato até sua morte em 2020.  Poucos sabiam que o homem responsável por ajudar nas missões da Apollo havia enfrentado um dos relatos mais assustadores da história moderna quando criança.

O Exorcista: O Devoto não reinventa a fórmula do terror, mas relembra ao público que, por trás das dramatizações hollywoodianas, há histórias reais que continuam assombrando gerações. E talvez, justamente por saber que parte disso realmente aconteceu, o medo seja tão duradouro. Afinal, o mal pode até ser representado no cinema, mas suas raízes muitas vezes estão fincadas no mundo real.

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