Com muita luta e sobrevivência, Dying Light The Beast é uma grata surpresa em 2025! Veja primeiras impressões

Depois de anos desde o lançamento de Dying Light 2: Stay Human, a Techland finalmente revelou em agosto de 2024 seu próximo projeto: Dying Light The Beast, um novo capítulo na franquia que fez sucesso por conta da mistura de parkour frenético, combate brutal e survival horror, tudo isso em primeira pessoa. A maior novidade, porém, não era por conta de um novo game, mas pelo retorno de um personagem amado pelos fãs: Kyle Crane, o protagonista do primeiro game, lá de 2015.  

Na última semana, tive a oportunidade de jogar cerca de quatro horas do jogo em um evento exclusivo em Los Angeles e digo porquê o novo game será um respiro ao fãs mais longevos da franquia e como o aguardado retorno de Kyle Crane valeu a pena a espera, mesmo com alguns altos e baixos.

Relembrando Dying Light (2015)  

Antes de falar sobre The Beast, vamos recapitular brevemente o que trouxe a série até aqui. O primeiro Dying Light (2015) se passava na cidade de Harran, onde o protagonista Kyle Crane foi enviado pela organização GRE para recuperar um arquivo com dados sobre o vírus que transformava pessoas em zumbis. O jogo se destacou principalmente pelo seu parkour fluido, combate visceral e, principalmente, pelo terror noturno, quando os temíveis Voláteis saíam à caça do jogador assim que o sol se punha.

A DLC The Following expandiu a história, levando Crane a uma zona rural dominada por uma seita religiosa que acreditava em uma cura – que, no final, revelou-se uma transformação ainda mais aterradora. O destino de Crane foi deixado em aberto: ele poderia se tornar um Volátil superpoderoso ou detonar uma bomba nuclear para conter o vírus.

Antes pensado como um DLC de Dying Light 2: Stay Human, The Beast acabou se tornando um game próprio após a Techland sofrer diversos vazamentos que, embora tenha aterrorizado a empresa na época, acabou fazendo com que a equipe se empenhasse ainda mais no novo capítulo da saga, chegando a Dying Light The Beast. O game segue alguns caminhos diferentes, introduzindo novas mecânicas que irão agradar tanto jogadores antigos quanto novos jogadores.  

Afinal, o que The Beast traz de novo?

Após os eventos da DLC de The Following, agora sabemos o que aconteceu com Kyle: ele foi vítima de experimentos horríveis nas mãos do Barão, que o queria transformar num híbrido de humano e zumbi. Procurando vingança, agora temos um Kyle muito mais perigoso que nos jogos anteriores, com uma sede de matar que o leva a Castor Woods, o cenário em que The Beast se passa. Essa pequena vila que é uma mistura de Bright Falls com os Alpes Suíços traz de volta um elemento-chave da franquia: o parkour.

Uma das maiores evoluções em The Beast está no sistema de parkour, que agora permite movimentos ainda mais dinâmicos e fluídos. Escalar paredes, saltar entre telhados e deslizar por corredores estreitos está mais intuitivo, com uma física que lembra Dying Light 2, mas com um toque mais “pesado”, como se o personagem tivesse um peso real, sem perder a agilidade. Porém, abra o olho: algumas superfícies parecem escaláveis, mas não eram, o que me fez ser pego de surpresa por zumbis algumas vezes. Isso me fazia correr igual um desesperado em busca do apartamento vazio mais próximo, para fugir da horda que tinha chamado atenção.  

O combate, no entanto, é um dos pontos altos. Os golpes contra zumbis são extremamente detalhados: é possível ver diversos membros sendo decepados, crânios esmagados de formas diferentes dependendo do ângulo do ataque, e até órgãos expostos após golpes críticos, melhorando o que faziam os outros jogos serem divertidos. Em vários momentos, parei a ação só para observar os detalhes dos corpos mutilados – algo que os fãs de violência gráfica vão adorar.  

Porém, em combates contra grupos grandes, alguns ataques pesados demoravam muito para fazer efeito, deixando o personagem vulnerável. Isso pode ser intencional (para balancear o poder dos golpes), mas em situações de fuga, atrapalhava demais o ritmo. Se a Techland puder ajustar isso em futuras atualizações ou se até ser algo disponível na arvore de habilidades, o combate ficará ainda mais satisfatório.

Desperte a besta em você

Uma das maiores novidades do game é o Modo Besta. Agora que Kyle é um híbrido, ele acabou adquirindo poderes sobre humanos capazes de dilacerar qualquer desavisado que estiver pela frente. Assim como nos outros games, a árvore de habilidades está de volta com uma pequena mudança: a árvore da besta. Desbloqueada ao derrotar chefões que também são mutações (as Quimeras), agora Kyle pode recuperar o sangue infectado deles e injetar em si próprio, o tornando mais poderoso.  

Diferente do grind tradicional de upar habilidades, em The Beast você tem objetivos claros: matar certos inimigos para ganhar upgrades únicos, como ataques especiais ou resistência aumentada. Isso dá um propósito maior às lutas contra chefes, evitando a sensação de repetição, uma das principais críticas do segundo jogo. Para acionar o Modo Besta, é necessário acertar os inimigos diversas vezes para carregá-lo, porém o último poder da árvore faz com que você possa liberar sua raiva a qualquer momento, facilitando a vida do jogador — ou não, já que o caminho até lá será tortuoso, mas recompensante.

Durante o gameplay eu lutei contra três Quimeras, que eu estava achando fácil até chegar numa chamada Névoa, que me tirou a paciência nas quatro vezes em que morri, me levando a pensar algumas vezes “eu estou jogando um soulslike ou to maluco?”.  

A noite cai, o frio desce  

Se nos primeiros jogos a noite era assustadora, em The Beast ela é aterrorizante. A escuridão, personagem de destaque da franquia, retorna as origens que fizeram com que o primeiro game se destacasse entre os demais. Com o jogo pensado para a próxima geração, a noite está mais densa e com mais detalhes que só poderão ser vistos com a lanterna, fazendo um bom trabalho no jogo de luz nos cenários. Os sons ambientes estão mais inquietantes, com gemidos distantes, passos rápidos de criaturas que você não sabe onde estão, fazendo com que o desespero ao encontrar um Volátil seja pior que nos outros games.

Como joguei o primeiro game apenas em 2015, não lembrava da sensação de desespero que a noite trazia. Em uma das missões que joguei, precisei fugir de um Volátil que me perseguiu até o Refúgio, parando a poucos metros da luz ultravioleta na entrada do lugar. Se os fãs estavam preocupados com a ação desenfreada do segundo game, relaxem: aqui a Techland parece ter encontrado um equilíbrio bom entre o survival e o gameplay.  

Vale a pena a espera?  

Me diverti bastante nessas quase quatro horas de Dying Light The Beast. Embora o game tenha algumas falhas (balanceamento de golpes, paredes não escaláveis, alguns diálogos estranhos de NPCs), o game parece ser um retorno digno à essência da série, que tem uma base de fãs gigantesca que me surpreendeu ao pesquisar um pouco para fazer este texto.

O jogo tem potencial para fazer novamente sucesso, mas (na minha opinião) precisa aparecer mais nos holofotes, pelo menos aqui no Brasil. Redes sociais, campanhas de marketing e anúncios serão necessárias para resgatar a memória do game. Se a produtora investir nisso, The Beast pode se tornar um dos grandes lançamentos do ano. O primeiro jogo fez sucesso por aqui, e o segundo também vendeu bem, mas a Techland precisa aumentar a campanha de marketing – seja com demonstrações públicas, betas abertos ou até mesmo eventos focados em influenciadores brasileiros.  

Ainda há ajustes a serem feitos (especialmente na IA e na fluidez de alguns ataques), mas a base de fãs está sólida. Agora, o game precisa conquistar novos espaços, só precisa ajustar um pouco a rota para isso.  Dying Light: The Beast chega em 21 de agosto no PC, PS5 e Xbox Series S e X.

Você está ansioso para jogar? Comente nas redes sociais do TecMundo e Voxel!