‘O futuro do dinheiro’: Prêmio Nobel de Economia faz elogios ao Pix

O Brasil pode ter inventado o “futuro do dinheiro”, de acordo com o economista americano Paul Krugman, que venceu o Prêmio Nobel de Economia em 2008. Os elogios ao sistema de pagamentos instantâneos foram feitos em um artigo publicado na plataforma Substack, na terça-feira (22).

No texto, o professor da Universidade da Cidade de Nova York comparou a tecnologia lançada pelo Banco Central do Brasil em novembro de 2020 com a tentativa de criar um mecanismo de pagamentos digitais pelos Estados Unidos. Para ele, o governo Donald Trump tem uma forte resistência em adotar um modelo semelhante.

Leia também: Pix Automático começa a funcionar em todo o Brasil; saiba o que é e como ele funcionaPaul Krugman venceu o Nobel de Economia em 2008. (Imagem: Getty Images)

O que disse o Prêmio Nobel de Economia sobre o Pix?

Criticando a aprovação de uma lei proibindo criar uma moeda digital emitida pelo Banco Central dos EUA, Krugman afirmou que os parlamentares republicanos estão mais preocupados com a redução na quantidade de contas em bancos privados do que com a alegada privacidade. Na sua visão, a legislação abre caminho para “fraudes e crises financeiras”.

O economista sugeriu o desenvolvimento de uma “moeda digital parcial”, que seria usada para fazer pagamentos a partir das contas bancárias privadas, citando o Brasil como exemplo, a partir do real digital e do Pix;Segundo o acadêmico, o Pix se destaca pelos “baixos custos de transação e inclusão financeira”, além da rapidez e eficiência com que as transações acontecem;O Prêmio Nobel de Economia também disse que a tecnologia brasileira é a versão pública do Zelle, serviço de pagamento digital operado por bancos privados nos EUA, e fez uma ressalva;“Mas o Pix é muito mais fácil de usar. E, embora o Zelle seja grande, o Pix se tornou simplesmente enorme, sendo usado por 93% dos adultos brasileiros. Parece estar rapidamente substituindo dinheiro em espécie e cartões”; detalhou;Por outro lado, apenas 2% dos americanos usaram criptomoedas para fazer compras ou pagamentos em 2024.

Krugman também comentou que o sistema usado no mercado nacional faz tudo o que os entusiastas das criptomoedas afirmam ser possível alcançar com o blockchain. Apesar das vantagens oferecidas, ele acredita que os americanos ainda estão longe de adotar uma solução semelhante.

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“Ah, e usar o Pix não cria incentivo para sequestrar pessoas e torturá-las até que entreguem suas chaves de criptografia. Então, teremos um sistema semelhante ao Pix nos Estados Unidos? Não. Ou pelo menos não por muito tempo”, opinou o especialista.

A rapidez e o custo baixo foram algumas das características da tecnologia citadas por Krugman. (Imagem: Getty Images)

Referência para outros países

O Brasil pode não ser visto no mercado internacional como um líder em inovações financeiras, mas o economista acredita que o Pix é um bom exemplo de tecnologia pública eficiente. Para ele, o mecanismo serve de referência para países que queiram desenvolver algo parecido.

Outras nações podem aprender com o sucesso do Brasil no desenvolvimento de um sistema de pagamento digital. Mas os EUA provavelmente permanecerão presos a uma combinação de interesses pessoais e fantasias cripto”, concluiu.

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No texto, Paul Krugman também menciona o respeito brasileiro às instituições e à política econômica, em contraste com os EUA, fazendo uma provocação: “eles realmente julgam ex-presidentes que tentam anular eleições”. Ele cita, ainda, as críticas de Trump ao Pix, afirmando que o setor financeiro americano jamais permitiria um sistema público concorrendo com seus serviços.

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