Preview: Crimson Desert impressiona e frustra em versão demonstrativa

Há poucos dias, o Voxel teve acesso a uma demonstração do novo jogo da sul-coreana Pearl Abyss, Crimson Desert. A demonstração foi a mesma que ocorreu no Summer Game Fest, sendo essas duas, até então, as únicas oportunidades em que jornalistas e influenciadores puderam testar o jogo.

A apresentação começou com uma demonstração em mundo aberto, enquanto pudemos somente jogar três batalhas contra chefões, que demonstraram um pouco da variedade na gameplay. Confira as nossas primeiras impressões a seguir.

Uma beleza inigualável

Há anos, a atual geração de videogames está sendo questionada pelo público. Além da baixa quantidade de lançamentos exclusivos e poucas novidades de franquias renomadas, a qualidade técnica também está aquém. Não é que os jogos estão ruins, mas poucas coisas impressionam visualmente apesar do ray-tracing. Um dos poucos que se destacam nesse quesito de forma universal foi o recente Death Stranding 2: On The Beach. Depois do que vi semana passada, tenho certeza de que Crimson Desert será um destaque igual.

Usando um motor gráfico criado especificamente para esse jogo, o que pode explicar o tempo entre seu anúncio, em 2019, e seu lançamento, para o fim deste ano, ele é um espetáculo visual. Os cenários são gigantescos e extremamente detalhados, sejam florestas, acampamentos de bandidos ou montanhas geladas.

A vastidão e detalhamento do mundo são grandes destaques do título (Imagem: Pearl Abyss)

E esse realismo é reafirmado com sua física impressionante, que pode ser vista em diferentes momentos. O primeiro foi quando usamos uma catapulta para arremessar uma pedra em estruturas de madeira. O centro de impacto resultou em um dano agudo, enquanto o ao redor também foi afetado, porém menor e com relação direta da forma que o ponto central reagiu. Ainda que surpreendente, esse não foi o que mais me chamou a atenção.

Crimson Desert é um espetáculo visual.

Durante a apresentação, vimos o uso de três elementos em combate que dão um toque mágico à aventura: fogo, gelo e raio. Quando incendiamos nossos adversários, gramíneas podem inflamar, gerando uma reação em cadeia que pode afetar uma região inteira do mapa. Ao congelar a água, são geradas pequenas plataformas sólidas que podem ser usadas para andar acima da água. E, como você deve imaginar, eletrificar uma poça faz com que todos em contato “fritem”.

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Realmente, Crimson Desert não é o primeiro jogo a fazer isso, mas a escala aliada a qualidade gráfica contribuem muito para o realismo do título, trazendo grande imersão para esse universo. De qualquer forma, não espere um novo Kingdom Come: Deliverence.

Durante nossa conversa com Will Powers, Diretor de Relações Públicas da Pearl Abyss America, fomos assegurados que a ideia é que vivenciaremos um “realismo exagerado”. Além de todos os poderes citados anteriormente, que trazem uma camada extraordinária à experiência, também temos outros aspectos que contribuem para esse objetivo dos desenvolvedores.

O combate com armas promete ser bem estiloso, mas há ressalvas (Imagem: Pearl Abyss)

A começar por algo inesperado, mas muito bem recebido por mim. Diversas opções do combate corpo a corpo são golpes de luta livre, também conhecido como pro wrestling ou telecatch. RKO, dropkick, lariat e outros movimentos que já fazem parte da cultura pop, tanto ocidental quanto oriental. Eu admito que tive um momento de êxtase quando vi o protagonista pular, agarrar a cabeça do adversário e cair de costas no chão enquanto o segurava.

Junto a isso, temos as batalhas contra os chefões, a parte jogável da demonstração. Um deles era vencido na “porradaria franca”, outro precisava de bastante esquiva e ataque de oportunidades e, por fim, havia um com claras referências a Shadow of the Colossus, em que foi necessário escalar suas costas e atacar pontos específicos.

Só escalando para derrotar esse aí (Imagem: Pearl Abyss)

Sendo um jogo de ação e aventura, não um soulslike — aspecto que foi destacado por diversas vezes por Powers, há uma liberdade para que o jogador encare os desafios da forma que preferir, não necessariamente esquivando sem parar e realizando parry quando possível. Entretanto, em batalhas contra chefões com gimmicks, é necessário seguir uma certa ordem de fatores para sair vitorioso.

A tempestade depois da calma

O problema é que, sem uma breve introdução dos controles, a minha mente pensava em como derrotar o adversário ao mesmo tempo que tentava lembrar como realizar cada ação. A falta de convencionalidade nos controles, associada a um sistema de gameplay cheio de opções e combos, tornou a minha curta experiência em um quebra-cabeças não intencional, o qual eu obviamente saí derrotado.

Mesmo não sendo um hack and slash, Crimson Desert puxa muita referência de jogos como Devil May Cry e Bayonetta.

Powers afirmou que, mesmo não sendo um hack and slash, Crimson Desert puxa muita referência de jogos como Devil May Cry e Bayonetta. O problema é que aqui há ainda mais opções de controles e ainda mais variedades de combos, ambos que praticamente não puderam ser sentidos nem parcialmente nesse nosso teste.

Até onde Crimson Desert vai estar à altura de suas referências? (Imagem: Pearl Abyss)

Isso é um ponto de destaque maior para os desenvolvedores, que se preocuparam mais em introduzir o mundo e algumas features específicas do que nos deixar confortáveis para aproveitar ainda mais essa oportunidade. Por conta disso, é difícil avaliar com exatidão se a minha frustração está mais associada a este fato ou com os controles em si.

Porém, vale destacar que minhas expectativas com o jogo não caíram, até mesmo deram uma crescida. Só descobrirei se minha empolgação se tornará decepção ou não quando o jogo for lançado em algum momento desse ano, já que a Pearl Abyss ainda não divulgou uma data de lançamento para o título. 

E aí, o que você espera de Crimson Desert? Comente nas rede sociais do Voxel e do TecMundo!