OpenAI restaura acesso a modelos antigos do ChatGPT após queixas de problemas com o GPT-5

Atendendo às reclamações de usuários, a OpenAI restaurou o acesso ao modelo GPT-4o no ChatGPT para assinantes um dia depois de lançar o GPT-5. Apresentado na última quinta-feira (7), o novo modelo de IA generativa foi alvo de queixas por causa do seu desempenho.

Revelada como uma grande evolução, especialmente em tarefas como programação e escrita, a atualização acabou não apresentando os resultados esperados, pelo menos inicialmente. Além disso, a ferramenta de seleção de modelos foi removida, revoltando quem estava acostumado a lidar com as demais versões para diferentes tarefas.

A atualização para o novo modelo da OpenAI não foi bem recebida por alguns usuários. (Imagem: ChatGPT/Reprodução)

Quais foram as reclamações contra o GPT-5?

De acordo com relatos em um tópico no Reddit que conta com mais de 4 mil comentários, o modelo mais recente da OpenAI causou uma “primeira impressão desastrosa”. Entre os problemas citados, há queixas quanto à lentidão e imprecisão nas respostas.

Com o update, o chatbot inteligente também passou a apresentar respostas muito mais curtas e formais, sem o mesmo tom de conversa do GPT-4o, segundo as reclamações;Outras pessoas reclamaram que a IA começou a mostrar erros surpreendentes, que dificilmente aconteciam, e tem alucinado com mais frequência;Há, ainda, queixas relacionadas ao comportamento do bot, que estaria apresentando um maior “distanciamento”, desamparando as pessoas que o tratam como um companheiro virtual;Já em relação ao sistema que permitia alternar entre as versões, muitos usuários disseram ter perdido acesso a modelos que estavam integrados aos seus fluxos diários de trabalho, afetando a produtividade;As limitações na quantidade semanal de interações, em alguns planos, também receberam críticas.

Testando o GPT-5, o BleepingComputer constatou vários dos problemas que foram alvo de reclamações, como as respostas curtas mesmo quando há a solicitação para que ele forneça argumentos mais consistentes, e a falta de “criatividade”. Por outro lado, a reportagem diz ter encontrado avanços significativos na capacidade de codificação.

Sobre a impossibilidade de escolher o modelo manualmente, a startup havia comentado que a IA teria a capacidade de acionar a versão mais adequada para cada tarefa automaticamente, sem a necessidade de intervenção do usuário. Mas para algumas pessoas, isso foi apenas uma forma de cortar gastos, ao forçar a utilização de modelos mais baratos.

If you have been following the GPT-5 rollout, one thing you might be noticing is how much of an attachment some people have to specific AI models. It feels different and stronger than the kinds of attachment people have had to previous kinds of technology (and so suddenly…

— Sam Altman (@sama) August 11, 2025

Correções e modelos antigos de volta

Em meio à enxurrada de reclamações e ameaças de cancelamento de assinaturas, o CEO da OpenAI, Sam Altman, usou seu perfil no X para se pronunciar. Ele confirmou que a empresa está investigando os problemas relatados e que trabalhará nas correções.

O executivo anunciou, ainda, mudanças como o retorno do GPT-4o entre as opções de seleção para usuários Plus e o dobro do limite de usos para a modalidade. Altman também disse que a empresa planeja disponibilizar outros modelos antigos para seleção manual e que será mais transparente em relação à versão utilizada para cada resposta.

Na postagem publicada no domingo (10), o CEO falou sobre o apego psicológico de algumas pessoas com o ChatGPT e que isso pode estar relacionado às queixas. A desenvolvedora tem acompanhado o assunto de perto desde o lançamento do GPT-4o, que tornou o bot muito “bajulador”, segundo o próprio Altman.

Falando à Wired, a professora do MIT, Pattie Maes, disse que as características do novo modelo podem ajudar a corrigir tal comportamento e, por isso, quem está acostumado a receber elogios do bot terá dificuldades com a atualização. Ela é coautora de um estudo sobre a dependência emocional de pessoas com a IA.

Você já testou o modelo GPT-5 da OpenAI? O que pensa sobre as mudanças adicionadas pela desenvolvedora? Comente nas redes sociais do TecMundo.