
18 ago Consultoria McKinsey amplia uso de IA generativa para otimizar a produção de relatórios
Uma das maiores consultorias do mundo, a McKinsey tem usado cada vez mais os recursos de inteligência artificial generativa para auxiliar na produção de relatórios, agilizando o trabalho dos funcionários. Em alguns casos, a tecnologia pode finalizar projetos em minutos, mas a sua utilização gera uma série de debates internos.
De acordo com o sócio-gerente global da empresa, Bob Sternfels, o uso de sistemas inteligentes tem promovido modificações na forma como a consultoria lida com os clientes, que geralmente pagam caro pelos serviços prestados. Os bots também afetaram as contratações e influenciaram até a escolha de projetos.
Os bots de IA estão acelerando o trabalho dos consultores da McKinsey. (Imagem: Getty Images)
Quais são as tarefas da IA da McKinsey?
O trabalho pesado de analisar grandes quantidades de informações complexas e gerar insights, apontando os melhores caminhos a seguir, agora contam com a participação da IA. A empresa tem, atualmente, cerca de 12.000 agentes de IA, bots autônomos que podem realizar tarefas específicas em nome do usuário.
Eles ajudam os consultores a elaborar apresentações em PowerPoint, resumindo e organizando informações rapidamente;A IA também faz anotações com os principais tópicos de entrevistas, bem como resumos dessas conversas;Os agentes autônomos podem, ainda, analisar e detalhar documentos de pesquisa e verificar os argumentos de um consultor, apontando se o fluxo de raciocínio seguido realmente faz sentido;Uma das ferramentas inteligentes mais usadas é a que possui a capacidade de fazer ajustes nos textos, deixando os documentos com o famoso tom de voz da McKinsey.
A consultoria começou a usar IA em 2023, de maneira mais tímida, mas desde então a presença da tecnologia em seus serviços só aumenta. Na ocasião, a empresa tinha aproximadamente 45.000 funcionários, número que foi reduzido para cerca de 40.000, atualmente.
Desse total, aproximadamente 75% usam os bots disponibilizados por meio da plataforma Lilli. O nome foi escolhido em homenagem a Lillian Dombrowski, a primeira mulher profissional contratada pela McKinsey, em 1945, que atuava como controladora e secretária corporativa.
Apresentações, resumos e ajustes em textos são algumas das tarefas dos bots da consultoria. (Imagem: Getty Images)
Desafios para o futuro
Embora os líderes da consultoria defendam que a tecnologia não afetará a força de trabalho e que as contratações continuarão “agressivas” nos próximos anos, o tamanho das equipes está diminuindo e isso pode levar à perda de profissionais importantes. Anteriormente, um projeto de estratégia envolvia a presença de um gerente de engajamento e 14 consultores.
Hoje, os projetos incluem o líder e até três consultores, além dos bots com capacidades de pesquisa profunda. “Você pode obter uma resposta muito boa e média usando a tecnologia agora. Portanto, o tipo de camada básica de experiência medíocre desaparece. Mas a experiência distinta se torna ainda mais valiosa”, ressaltou a líder global de tecnologia e IA da empresa, Kate Smaje, em entrevista ao The Wall Street Journal.
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