18 ago Entenda polêmica de Roblox envolvendo CEO, streamer e predadores sexuais

O Roblox enfrenta uma das maiores crises de sua história após a criação de uma petição que pede a renúncia de David Baszucki, CEO da empresa. O movimento surgiu em meio a crescentes acusações de falhas na proteção de crianças dentro da plataforma — alvo de denúncias de exploração e da presença de conteúdos impróprios.

Predadores sexuais escondidos no mundo dos jogos; Entenda a dimensão do problema

Em menos de dez dias, a petição já reuniu mais de 110 mil assinaturas, evidenciando a pressão da comunidade para mudanças na liderança do Roblox.  Para os signatários, a atual direção não estaria priorizando a segurança dos usuários mais jovens, permitindo que riscos persistam mesmo após anos de críticas.

A justificativa apresentada na petição aponta que a negligência da administração compromete a confiança no Roblox — em sua essência, um espaço de criatividade e interação infantil. O texto acusa a empresa de falhar em garantir um ambiente saudável e transparente, enquanto problemas relacionados à exploração de menores continuam surgindo aos montes.

Essa mobilização ocorre em paralelo a outras ações externas contra o jogo, incluindo investigações de autoridades norte-americanas e pressões de figuras públicas que decidiram intervir diante das denúncias.

Roblox baniu caçador de predadores sexuais

Um dos motivos para a confusão envolve um criador de conteúdo popular da plataforma. O youtuber Schlep foi banido da plataforma após anos atuando como uma espécie de “vigilante digital”. Em seus vídeos, que acumulam milhões de visualizações, ele expunha predadores sexuais infiltrados no jogo e enviava provas para autoridades e para a própria empresa. 

Segundo o criador de conteúdo, vários criminosos só foram punidos depois que suas investigações se tornaram públicas. Ainda assim, o Roblox entendeu que suas práticas cruzaram limites delicados de segurança e resultaram no banimento definitivo de suas contas. 

A decisão foi defendida inicialmente por Matt Kaufman, executivo de segurança do Roblox. Ele afirmou que, embora bem-intencionados, os vigilantes passaram a adotar métodos que também representavam riscos — como fingir ser crianças para interagir com adultos e levar conversas para fora da plataforma. 

Para a empresa, essas práticas, ainda que motivadas por denúncias, acabavam simulando comportamentos de predadores, tornando a situação ainda mais perigosa. Após críticas massivas da comunidade, Kaufman voltou a se pronunciar, reconhecendo que os vigilantes ajudaram a levantar casos sérios, mas reiterou que a recomendação oficial é usar os sistemas de denúncia internos da plataforma. 

Para o Roblox, qualquer tentativa de exposição fora desse ecossistema pode colocar jogadores em risco e prejudicar investigações em andamento. Schlep, por outro lado, segue defendendo sua atuação e argumenta que a empresa só reagiu a muitos casos de exploração após a pressão pública gerada por seus vídeos.

Jornalista Chris Hansen, predador de predadores sexuais, promete enfrentar o Roblox

O jornalista Chris Hansen, conhecido pelo programa To Catch a Predator, por exemplo, anunciou que está investigando casos de exploração dentro do Roblox. Em suas redes sociais, ele afirmou estar trabalhando com autoridades policiais, vítimas e ativistas para apurar denúncias contra a plataforma, incluindo o streamer Schlep, banido por caçar predadores sexuais dentro do game. 

“Já entrevistei investigadores da lei e vítimas dessa atividade horrível. Temos colaboradores, incluindo Schlep, que se comprometeram a nos ajudar nessa empreitada. O Roblox realmente vai dizer alguma coisa sobre isso? Fará alguma mudança? Faremos o possível para responsabilizá-los”, declarou Hansen em publicação no X.

A atuação do jornalista busca reforçar a visibilidade dos problemas relatados por pais e jogadores — especialmente diante da falta de respostas consideradas satisfatórias da empresa. Para Hansen, a dimensão global do Roblox torna urgente a necessidade de medidas mais rigorosas de proteção.

Esse novo envolvimento pode ampliar a pressão sobre a plataforma, que já lida com críticas públicas e outras ações judiciais. Bem, é fato que ao associar seu nome ao caso, Hansen adiciona um pouco mais de legitimidade às investigações e coloca a segurança infantil no centro do debate sobre o futuro do Roblox.

Estado da Luisiana processa o Roblox por questões de segurança infantil

Além das pressões externas, recentemente o estado da Luisiana abriu um processo contra o Roblox, também acusando a empresa de falhar em proteger as crianças que jogam o game.  A ação judicial, liderada pela procuradora-geral Liz Murrill, argumenta que a plataforma permite a criação de contas falsas e não possui barreiras eficazes contra os predadores.

O documento de 42 páginas cita exemplos de jogos problemáticos disponíveis dentro do ecossistema do Roblox — como Escape to Epstein Island e Public Showers. A acusação é de que esses conteúdos ilustram a falta de monitoramento adequado e a facilidade com que usuários, principalmente crianças, podem acessar essas experiências de risco.

Além disso, o processo resgata casos passados de crimes cometidos por meio do Roblox — incluindo aliciamento de menores e encontros marcados fora da plataforma. Para as autoridades, esses episódios demonstram um padrão de negligência que precisa ser corrigido judicialmente e o mais rápido possível.

Certamente, o futuro do Roblox depende de como a empresa responderá às crescentes pressões. Entre uma petição massiva pedindo a saída do CEO, a investigação conduzida por Chris Hansen e o processo movido pela Luisiana, o jogo enfrenta uma crise de imagem que pode acabar impactando diretamente a sua popularidade.

Qual sua opinião sobre a segurança do Roblox? É um ambiente saudável para crianças, ou está longe disso? Comente nas redes sociais do Voxel!