Empresas voltam a marcar entrevistas de emprego presenciais para evitar ‘trapaças’ com IA

O uso proibido de ferramentas de inteligência artificial (IA) durante o processo de contratação tem obrigado uma série de companhias a mudar de estratégia. Em um mundo cada vez mais online e remoto, algumas empresas voltaram a marcar entrevistas presenciais com candidatos para ter certeza da qualidade do profissional.

De acordo com uma reportagem do The Wall Street Journal, nomes relevantes da indústria como Google, Cisco e a consultora McKinsey mudaram a abordagem de marcar conversas por videoconferência. O motivo é o crescente uso de ferramentas de IA que são considerados fraude nesses processos, mas são adotadas de forma escondida.

Como a alta demanda por empregos em certas áreas e a expansão para aceitar funcionários de qualquer parte do mundo, a contratação em vários casos se tornou 100% remota — e isso abriu as portas também para a utilização de plataformas irregulares como as IAs no momento de contratação.

Segundo o jornal, essa prática até já gerou a contratação de funcionários específicos de recrutamento em algumas gigantes para conduzirem essas conversas presenciais em ao menos uma oportunidade antes de uma eventual contratação. A ideia é definir se a pessoa realmente entende do assunto e pode realizar o trabalho, por mais que o serviço seja executado de forma remota no cotidiano.

Ferramentas de IA são trapaça na contratação?

Em um dos casos do uso irregular de IA em entrevistas de emprego, candidatos estão utilizando esses serviços como assistentes de conversação durante a etapa avaliativa para obter sempre a melhor resposta possível, que agrade o gestor em questão e o perfil do cargo desejado;Isso é feito, por exemplo, ao alimentar chatbots com as perguntas feitas enquanto a conversa acontece, para que a resposta seja lida na tela pela pessoa como se fosse um pensamento natural;A trapaça mais comum, porém, é registrada durante tarefas específicas que são passadas durante essas entrevistas, como exercícios ou desafios rápidos de programação ou engenharia que, segundo as regras do processo seletivo, deveriam ser feitas sem a ajuda de uma IA;Um serviço pago chamado Interview Coder já se popularizou por auxiliar nessa etapa de programação — e pode até fazer isso sem ser detectado por gravações de tela;

No pior dos casos, as empresas também querem fugir de golpes envolvendo candidatos falsos que, na verdade, são cibercriminosos ou até espiões que utilizam deepfakes ou outros recursos visuais para enganar o recrutador e conseguir uma vaga.

Neste caso, as pessoas usam identidades falsas para serem aprovadas em entrevistas feitas remotamente e para trabalhos totalmente à distância. Elas podem até roubar dados ou ativos financeiros das companhias ao conseguirem acesso a áreas sensíveis dessas organizações.

Quer se manter informado sobre as principais novidades do setor de IA, dos anúncios e ferramentas até as polêmicas? Confira a seção especial sobre o tema no site do TecMundo!