
28 ago Crítica: Task não é uma minissérie de streaming, é HBO
Na metade dos anos 90, quando não existia streaming e quase tudo na televisão a cabo ainda era mato, um dos canais mais famosos da época lançou um slogan que marcou a indústria: “Não é TV, é HBO”. A frase ganhou notoriedade por causa do alto nível de qualidade e experimentação das produções da emissora, que deu vida para obras como Sopranos, The Wire e True Detective.
No entanto, com a “banalização” da TV causada pelo streaming, um pouco dessa magia acabou se perdendo. Enquanto antes a HBO era conhecida como referência de qualidade, é notável que algumas produções com o selo da companhia não atingiram o brilho esperado — incluindo fracassos retumbantes domo The Idol.
Felizmente, o próximo grande lançamento da companhia me fez lembrar dos tempos áureos do canal. Com estreia marcada para o dia 7 de setembro, Task: Unidade Especial claramente não é uma minissérie qualquer do streaming: é HBO.
Task traz grande produção com sentimento de série clássica para TV
Desde que teve seu primeiro trailer anunciado, a série Task entrou no radar de muita gente por causa do seu “feeling” de superprodução, mas mantendo a fórmula clássica de televisão. E as expectativas têm nome:
Task é criada e escrita por Brad Ingelsby, responsável por Mare of Easttown, uma das produções mais renomadas da HBO nos últimos anos.O elenco da produção inclui Mark Ruffalo, uma das maiores estrelas da Marvel, e Tom Pelphrey, indicado ao Emmy e conhecido pelo seu trabalho de qualidade em séries como Ozark.
Com duas estrelas desse calibre e um nome conhecido por trás das câmeras, a série já garantiu a minha curiosidade logo de cara. No entanto, após assistir a todos os episódios liberados antecipadamente pela HBO, posso cravar que Task trata-se de uma das produções originais mais interessantes do canal dos últimos anos — e eu, Mateus Mognon, te explico melhor a seguir, sem spoilers.
Qual a história de Task e por que a série merece sua atenção?
A história de Task acompanha um ex-padre que trabalha como agente do FBI (Rufallo) investigando uma série de assaltos residenciais liderados por um pai de família (Pelphrey). A premissa inicial já é bem interessante, com o trailer entregando que a produção conta com um clima que vai agradar os fãs de True Detective e Mare of Easttown.
No entanto, a grande magia de Task é se aproveitar do seu formato televisivo. Enquanto muitas produções ganham todos os episódios numa paulada para serem maratonados e esquecidos rapidamente, a série de Brad Ingelsby cresce a cada novo capítulo.
A grande magia de Task é se aproveitar do seu formato televisivo: a série de Brad Ingelsby cresce a cada novo capítulo.
Enquanto o episódio piloto estabelece o conflito principal de maneira magistral, a cada capítulo vamos conhecendo melhor o universo da minissérie e seus personagens. A produção se destaca pelo desenvolvimento narrativo de cada personagem, com surpresas do início ao fim, mantendo o espectador engajado.
O único deslize é que alguns rostos acabam ficando esquecidos pelo caminho e não ganham tanta atenção, com o espectador podendo até esquecer da existência de certas pessoas. No entanto, mesmo com esse detalhe, o foco nos personagens certos acaba garantindo que a série entregue um resultado memorável do início ao fim.
O equilíbrio entre investigação, ação e família
Além de ser uma produção de TV de qualidade, Task também se destaca por aproveitar muito bem sua ambientação, personagens e elenco talentoso. A produção conta com diferentes núcleos de personagens, culminando em grandes momentos de revelação e reviravoltas — mesmo com alguns nomes ganhando menos atenção que outros.
Mark Ruffalo entrega uma atuação contida, mas cheia de sentimentos, que é o alicerce que movimenta grande parte da série. O agente Tom, interpretado pelo astro da Marvel, precisa lidar com um grande conflito familiar, ao mesmo tempo que é designado para uma força-tarefa repleta de policiais duvidosos, interpretados por nomes como Fabien Frankel (House of the Dragon) e Alison Oliver (Saltburn).
Já Tom Pelphrey é encabeça seu núcleo familiar, que inclui um elenco mirim e a talentosa Emilia Jones, do filme CODA, que rouba a cena como Maeve. O personagem também lida com uma gangue de motoqueiros repleta de nomes talentosos, como Jamie McShane como o perigoso Perry e Sam Keeley dando vida para Jayson.
A mistura de uma investigação do FBI, assaltos e família garante um ótimo equilíbrio para a minissérie. Com tantas coisas acontecendo, cada episódio parece um filme, trazendo ação, tensão e drama na medida certa.
Além do roteiro engajante no nível clássico da HBO, a minissérie também se destaca pela produção. Seja pela trilha sonora envolvente, belas cenas contemplativas ou sequências de ação, Task não deixa a desejar na qualidade.
Vale a pena assistir?
Após ver os sete capítulos de Task em sequência para fazer a cobertura aqui no TecMundo, tudo que posso dizer é que não vejo a hora de reassistir toda a série, com qualidade máxima, com os lançamentos semanais a partir de 7 de setembro.
Depois de alguns tropeços e produções que claramente servem para preencher tabelas do mercado atual, como sequências e adaptações, Task é um grande respiro vindo da HBO. A produção mostra que ainda existe muito espaço para séries originais e com temáticas clássicas, aproveitando a criação de expectativas do formato televisivo.
Confesso que comecei a assistir Task esperando mais uma série policial, sem muita pretensão. No entanto, depois de ver todo o trabalho feito por Brad Ingelsby e sua equipe, não vejo a hora de conhecer mais obras do autor.
Task chega em 7 de setembro no HBO Max, com novos episódios sendo lançados semanalmente no streaming. Você pretende dar uma chance para a produção?
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