Novo míssil nuclear da China alcança qualquer lugar do mundo

Com o novo míssil balístico intercontinental DF-5C apresentado na quarta-feira (3), a China ganhou a capacidade de realizar ataques nucleares de nível global, como avaliam especialistas. O modelo tem alcance superior a 20 mil km, cobrindo metade da circunferência da Terra.

O sucessor do DF-5, revelado em 1984, foi uma das atrações do desfile militar realizado em Pequim para celebrar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Mostrando seu arsenal com tecnologia de última geração, o governo chinês exibiu mais mísseis nucleares, drones submarinos, tanques, armas laser e caças, entre outras novidades.

Presidente da China, Xi Jinping, durante o desfile militar em Pequim. (Imagem: Getty Images)

Quais são as características do míssil DF-5C?

Míssil de dois estágios e movido a combustível líquido, o DF-5C tem como base um silo de diâmetro acima de 3 m. A primeira parte é movida por quatro motores, sugerindo capacidade de carga útil elevada, entre 10 a 12 ogivas nucleares ou apenas uma mais poderosa de vários megatons.

A imprensa chinesa relata que ele também pode transportar combinações de ogivas nucleares e convencionais, assim como “iscas” para dificultar a interceptação por sistemas de defesa;Há rumores de que o novo míssil nuclear chinês possa alcançar velocidades de várias dezenas de Mach, outro fator que reduziria as chances de derrubada por tecnologias inimigas;Já seus mecanismos de orientação incluem a rede de satélites Beidou, sistemas inerciais e navegação à luz das estrelas, melhorando a precisão mesmo em distâncias intercontinenais;Com todas essas características, a novidade possui um alto poder de penetrar nas defesas antimísseis adversárias, aumentando as chances de causar grandes estragos aos seus alvos.

Essa versão traz importantes atualizações na comparação com o DF-5 original, cujo alcance variava de 10 mil a 13 mil km e transportava somente uma ogiva maior. Ele pesava 183 toneladas no lançamento e media pouco mais de 32 m, tendo sido testado pela primeira vez em 1971 e entrado em operação 10 anos depois.

A família de mísseis que começou a ser desenvolvida nos anos 1960 teve, ainda, o DF-5A e o DF-5B, se destacando pelo alcance maior e o suporte a mais ogivas (entre três e cinco), respectivamente. Relatórios indicam que a versão mais recente está em desenvolvimento desde 2017.

Mísseis DF-5C durante o desfile militar da China. (Imagem: Getty Images)

Alcançando alvos em qualquer ponto da Terra

A alegada capacidade do míssil nuclear DF-5C de atingir qualquer lugar da Terra pode ter relação com um Sistema de Bombardeio Orbital Fracional (FOBS), como destaca o site Army Recognition Group. Tal mecanismo foi desenvolvido pela União Soviética na década de 1960.

Neste método, a ogiva nuclear é colocada em órbita terrestre baixa para o lançamento, tornando o caminho de ataque imprevisível, dificultando a detecção pelos radares e atrasando os alertas de defesa. O Tratado do Espaço Exterior de 1967 proibiu o FOBS, que acabou desativado em 1983.

Apesar disso, há rumores de que a China testou um sistema parecido em 2021, usando um veículo hipersônico que teria características semelhantes às do DF-5C.

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