
15 set Neve é um jogo brasileiro que pode agradar fãs de Alien e Prometheus
Os fãs da franquia Alien estão muito bem servido ultimamente com produções como Alien Earth e o filme Alien Romulus. No entanto, me surpreendi ao ver uma atmosfera similar à saga de Ridley Scott em um novo jogo brasileiro: Neve, produzido pela Ritus Studios.
A proposta do jogo narrativo é entregar uma ficção científica atmosférica, cheia de tensão psicológica e dilemas morais — um prato cheio para quem gosta de clássicos como Alien e Prometheus. Eu tive a chance de testar uma prévia do game e trago mais detalhes sobre a experiência a seguir.
História e ambientação de Neve
A grande força de Neve é sua narrativa, que prende pela atmosfera misteriosa. Assim como em Alien, a história se passa no espaço e no futuro, mas com tecnologias do passado. Após um pouso forçado no planeta Lemnos, a nave Argo fica seriamente danificada.
O jogador assume o papel da capitã Jasmina, presa em uma cápsula de criogenia e com o oxigênio se esgotando, que precisa guiar suas companheiras Hilas e Atalanta em busca de recursos para reparar a nave. Enquanto isso, uma inteligência artificial de intenções duvidosas acompanha cada passo da tripulação.
A história é contada de forma cadenciada, sempre revelando novos detalhes enquanto as personagens exploram o planeta hostil. O clima é constantemente tenso, não só pelas ameaças externas, mas também pelo desgaste emocional entre a tripulação, com a rigidez de Atalanta e a inocência da novata Hilas.
Essa construção gera conflitos morais e escolhas difíceis, que afetam diretamente o bem-estar das personagens e podem levar a diferentes finais. Em alguns momentos, o próprio jogador fica em dúvida se pode confiar na capitã ou se ela está perdendo a sanidade com tanta pressão. É justamente essa incerteza que torna a experiência envolvente.
A ambientação também merece destaque. Mesmo com visuais mais simples e inspirados em aventuras narrativas independentes da Steam, o planeta Lemnos transmite bem a sensação de isolamento e perigo iminente. É como se o jogador estivesse sempre à beira de descobrir algo ainda mais assustador.
Gameplay: decisões, puzzles e tensão constante
O gameplay de Neve gira em torno de decisões narrativas que moldam o rumo da história. O jogador acompanha as interações da tripulação, decide como agir em crises e precisa lidar com as consequências de suas escolhas. O clima é claustrofóbico, e a IA misteriosa adiciona uma camada extra de desconfiança, lembrando bastante a receita usada nos filmes de Ridley Scott.
Para não ficar apenas no texto, o game também traz puzzles pontuais que ajudam a variar o ritmo da aventura. Eles não são o foco da experiência, mas cumprem o papel de quebrar a tensão narrativa com momentos de raciocínio e exploração. Afinal, como você não anda e o gameplay é só ficar lendo, alguma variação acaba fazendo a diferença.
Até onde pudemos jogar na prévia, fica claro que o objetivo principal não é a ação, mas sim a imersão em um suspense narrativo, em que cada detalhe pode esconder algo maior. Isso torna Neve uma experiência instigante, especialmente para quem gosta de histórias de ficção científica com foco psicológico.
Limitações técnicas de Neve
Como toda produção independente, Neve também tem algumas limitações técnicas. A arte cumpre seu papel, mas em alguns momentos revela o baixo orçamento do projeto, com ilustrações mais limitadas. O ponto que mais chama atenção, no entanto, é o som: a ambientação musical é eficiente e ajuda a criar clima, mas faltam dublagens e efeitos sonoros nas interações com o painel da nave. Tirando a trilha principal, o jogo é quase mudo.
Ainda assim, a atmosfera geral funciona muito bem. A trilha sonora, mesmo simples, reforça a tensão e dá ritmo às descobertas. E o que realmente segura o jogador é a história recheada de mistérios e dilemas humanos, que sempre deixa a impressão de que há algo maior à espreita em Lemnos.
É importante destacar que a versão final pode trazer melhorias, seja com mais polimento gráfico, ajustes no áudio ou até patches futuros — caso o jogo tenha bom desempenho de vendas.
Vale a pena ficar de olho em Neve?
Mesmo com suas limitações, Neve se mostra uma das apostas mais interessantes da cena indie brasileira para 2025 quando o assunto é narrativa. Seu foco em história, personagens complexas e clima de suspense sci-fi o coloca como uma boa opção para quem curte esse tipo de jogo, que claramente é de nicho e não serve para qualquer um.
Logo, se você gosta de aventuras interativas com pegada psicológica, dilemas morais e atmosferas que lembram Alien, vale a pena ficar de olho no projeto. Mas é importante frisar: como a experiência é bem parada, nem todo mundo vai curtir o gameplay e pode ficar frustrado com as limitações.
A boa notícia é que a demo gratuita de Neve está disponível na Steam, permitindo que você confira a experiência e veja se vale a pena para você sem gastar nada. O preço do indie ainda não foi revelado, mas a expectativa é que o lançamento ocorra ainda em 2025.