Meta usa vídeos pornográficos para obter ‘vantagem’ em IA, acusa produtora

A Meta teria utilizado os filmes adultos da Strike 3 Holdings no treinamento de seus modelos de inteligência artificial para obter uma “vantagem competitiva” diante da concorrência. É o que alega a produtora de conteúdos para maiores de idade no processo aberto contra a big tech, que teve novos detalhes revelados esta semana.

Como noticiou a Wired na quarta-feira (17), a detentora dos direitos autorais do material supostamente pirateado acusa a dona do Facebook de aproveitar a “alta qualidade” de suas produções para refinar a IA. Quase 3 mil filmes da marca teriam sido baixados ilegalmente, por meio do protocolo BitTorrent, desde 2018.

A Meta é acusada de piratear milhares de vídeos com conteúdo pornográfico para o treinamento de sua IA. (Imagem: Getty Images)

Em busca da superintelingência artificial

De acordo com a autora da ação, protocolada em um tribunal federal da Califórnia, nos Estados Unidos, seus vídeos adultos se tornaram alvo da gigante da tecnologia por conta das técnicas de filmagem diferenciadas. Ela afirma que as produções contêm ângulos visuais difíceis de encontrar em conteúdos convencionais.

Com isso, a Meta aproveitou as gravações para “raspar” imagens de partes do corpo humano, bem como cenas estendidas e ininterruptas de interações raras em filmes sem restrições de idade e nos programas de TV. Esses aspectos seriam aproveitados para o desenvolvimento da superinteligência da companhia, uma versão mais avançada da IA, segundo o processo.

“Eles têm interesse em obter nosso conteúdo porque isso pode lhes dar uma vantagem competitiva pela qualidade, fluidez e humanidade da IA”, afirmou o advogado da Strike 3 Holdings, Christian Waugh. A produtora quer indenização de US$ 350 milhões, o equivalente a R$ 1,8 bilhão pela cotação do dia.

À reportagem, o porta-voz da Meta, Christopher Sgro, disse que a empresa ainda analisa o processo, mas afirmou que as alegações da Strike 3 não parecem ser precisas. A ação foi aberta em julho e também envolve a Counterlife Media como coautora.

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