
29 set Fabricante de drones DJI é considerada ‘empresa militar chinesa’ nos EUA
A fabricante de drones DJI, que é uma das líderes globais e referência desse mercado, está passando por problemas nos Estados Unidos. A companhia perdeu um recurso nos tribunais do país e agora pode até mesmo ter as vendas proibidas na região nos próximos meses.
Um juiz federal rejeitou, na última sexta-feira (26), um pedido da companhia para ser retirada de uma “lista proibida” de empresas. Ela traz o nome de todas as marcas que são acusadas de serem companhias militares chinesas e que, por esse status, podem sofrer várias sanções.
A autoridade considerou que há evidências suficientes para alegar que a DJI faz parte da “base industrial de defesa” da China. A fabricante alega que todo o processo, que corre há anos no Judiciário dos EUA, foi “injusto e mal conduzido“.
Em comunicado, a DJI diz estar “satisfeita” que o tribunal rejeitou a maioria das justificativas do Departamento de Defesa contra marca, mas também se mostrou “desapontada” que a classificação foi mantida. “Essa decisão foi baseada em uma única razão que se aplica a muitas companhias que nunca foram listadas“, diz a nota.
Qual o problema com a DJI nos EUA?
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos mantém há anos uma lista de companhias das mais diferentes tecnologias que são classificadas como “empresas militares chinesas“. Até mesmo a Xiaomi já foi colocada (e retirada posteriormente) dessa seleção após ameaçar o governo de processo.
A acusação específica contra a DJI é de que a empresa é um risco à segurança nacional do país pela presença em vários setores da indústria, inclusive por ser usada em agências públicas. Especificamente, ela poderia permitir espionagem por parte do governo de Xi Jinping e fornecer dados sobre a infraestrutura do país à China;Até agora, os EUA nunca provaram a existência de qualquer vulnerabilidade ou evidência de que os drones da DJI poderiam ser usados dessa forma. As primeiras acusações são de 2017, ainda na primeira gestão de Donald Trump;Em 2020, a DJI teve atividades restritas no país e, no ano seguinte, entrou em definitivo na lista proibida do país. A companhia argumenta que “perdeu acordos comerciais, foi estigmatizada como uma ameaça à segurança nacional e banida de contratos com múltiplas agências federais”;
Por enquanto, a presença na lista não significa o banimento, mas ela gera restrições contratuais e a proibição pode acontecer como parte das atuais políticas protecionistas de Trump. Atualmente, ela é responsável por mais da metade dos drones para uso doméstico e comercial usados no país, essencial inclusive em setores como agricultura;Agora, a DJI tem até dezembro deste ano para passar por um processo de fiscalização de segurança. Caso não obtenha uma aprovação, novos produtos da fabricante podem não ser homologados e aprovados para venda no país.
Um dos mais recentes lançamentos da DJI é o Mic 3, um microfone com bateria de longa duração e capaz de gravar áudio sem compressão. Conheça mais sobre esse produto neste artigo!