Lançamento do Pix parcelado é adiado após roubos e ataques hackers

Uma das novas funções planejadas para o sistema de pagamentos instantâneos Pix vai demorar mais do que o esperado para chegar. O Banco Central do Brasil deve oficializar nos próximos dias o adiamento no lançamento do Pix parcelado no país.

De acordo com o jornal O Globo, o recurso deve levar “ao menos mais três meses para sair do papel“. Originalmente, a expectativa era de que o Pix parcelado fosse liberado no mês de setembro, com algumas instituições financeiras até mesmo já oferecendo o formato antes da regulamentação oficial a alguns clientes.

O motivo do adiamento é a mudança de prioridades na equipe que cuida do Pix. Agora, ela está focada em fechar eventuais brechas, reduzir vulnerabilidades e aumentar critérios de segurança que evitem roubos e desvios como os registrados nos últimos meses.

Ainda segundo a reportagem, o desenvolvimento do novo recurso está em fase final, mas ainda falta um “equilíbrio entre as novas regras e os modelos de parcelamento no Pix” oferecidos pelos próprios bancos. Já a Folha de São Paulo cita que o desenvolvimento do produto “acabou se mostrando mais complexo do que o antecipado” por questões como riscos de endividamento pela facilidade na obtenção de crédito. 

A regulamentação do formato deve ser disponibilizada agora apenas em outubro, com uma margem de mais alguns meses até a implementação dos padrões. O Banco Central ainda não se manifestou oficialmente sobre o adiamento, mas o comunicado deve ser feito ainda nesta semana.

O Pix parcelado é uma forma de transferência em que uma pessoa paga um valor integral a um destinatário de modo fragmentado, a partir de parcelas mensais — o uso mais recorrente dele deve ser justamente no varejo, no lugar de compras em várias vezes no cartão de crédito. A diferença no formato envolve o acesso ao valor completo de forma instantânea e única pelo recebedor.

Os roubos milionários usando Pix

Nos últimos 90 dias, foram registrados três crimes financeiros que se utilizaram do Pix como forma de realizar os desvios ou como alvo, a partir de instituições intermediárias ou que fornecem tecnologias para o formato.

Em julho, uma parceira do Banco Central chamada C&M teve até R$ 1 bilhão desviados. O ataque foi planejado durante meses usando serviços como o Telegram e envolveu um funcionário da própria empresa, que forneceu modos de acesso ao sistema para facilitar a invasão;No início de setembro, a Monbank teve mais de R$ 4,9 milhões desviados a partir de um ataque voltado para o Sistema de Transferência de Reservas (STR) da empresa;Dias depois, a companhia Sinqia, que ajuda bancos a se conectarem com o formato de pagamento, registrou um roubo de mais de R$ 710 milhões enviados via Pix para os criminosos;

Na última semana, o Banco Central alterou algumas normas do regulamento do Pix e alterou o Manual de Penalidades para reforçar a segurança na platforma, além de impor novos limites de transferências únicas.

Você sabe por que os Estados Unidos não gostam do Pix e consideram o formato de transferências algo ruim para o mercado? Entenda neste artigo alguns dos motivos!