
29 set O que vai acontecer com EA FC e The Sims após a venda da Eletronic Arts? Veja o que esperar
A Electronic Arts confirmou, nesta segunda-feira (29), que será adquirida por um consórcio formado pelo fundo soberano da Arábia Saudita (PIF), pela gestora Silver Lake e pela Affinity Partners. A operação foi fechada por US$ 55 bilhões, em uma transação totalmente em dinheiro, e representa um dos maiores negócios da história da indústria de games.
Com a compra, a EA deixará de ser uma companhia de capital aberto. Os acionistas receberão US$ 210 por ação, valor que corresponde a um prêmio de 25% em relação à média mais recente. A empresa continuará sediada em Redwood City, na Califórnia, e Andrew Wilson permanecerá como CEO.
A nova estrutura promete ampliar o alcance global da companhia e acelerar sua capacidade de inovação em jogos e serviços digitais — mas pode acabar causando algum tipo de impacto nas principais franquias da publisher, como EA FC, The Sims e Battlefield.
Segundo Andrew Wilson, a transação “é um poderoso reconhecimento do trabalho extraordinário das equipes criativas da EA” e permitirá “expandir os limites do entretenimento, esportes e tecnologia”. Já Turqi Alnowaiser, do PIF, afirmou que o fundo ajudará a “impulsionar o crescimento de longo prazo da companhia”.
O que acontecerá com o EA FC e The Sims?
Entre as franquias mais populares da EA, EA FC e The Sims estão no centro das atenções após a venda. No curto prazo, a empresa garante que não haverá mudanças drásticas na condução dos projetos já em andamento.
Andrew Wilson reforçou que “o foco continuará em entregar experiências transformadoras aos jogadores”. Ou seja, a aquisição não interromperá os planos de atualização do EA FC 26 e nem a expansão de novos conteúdos para The Sims 4.
Segundo Egon Durban, co-CEO da Silver Lake, “a EA é uma empresa especial, líder global em entretenimento interativo, ancorada em suas franquias principais”. Ele destacou que o consórcio pretende investir para ampliar a escala e acelerar o crescimento.
Com maior aporte financeiro, a publisher poderá explorar novos formatos para EA FC, incluindo modalidades de esportes eletrônicos e parcerias comerciais globais, além de abrir caminho para projetos inéditos no The Sims.
Futuro de FIFA e The Sims na nova EA Games
Enquanto nada muda no curto prazo, é importante ressaltar que a empresa pode passar por reestruturações que tragam mudanças em franquias consolidadas. Isso pode envolver tanto The Sims quanto EA FC, que pode ser o mais afetado pela mudança.
Apesar de a EA ter anunciado foco no The Sims 4 e suas expansões no ano passado, existe a chance de The Sims 5 acabar sendo lançado no futuro com uma nova roupagem. A expectativa é de que os investimentos possibilitem uma expansão mais ampla da comunidade, com maior integração entre experiências digitais e físicas — no entanto, não dá para descartar possíveis interferências culturais vindas do fundo árabe.
No caso de EA FC, a franquia pode ser tornar uma grande vitrine para o futebol da Arábia Saudita, que vem recebendo grandes investimentos na última década.
Aquisição pode render nova onda de demissões na EA
Apesar das promessas de continuidade, a aquisição também traz preocupações internas. O jornalista Jason Schreier, do Bloomberg, publicou no BlueSky que a operação será financiada por uma dívida de US$ 20 bilhões — o que pode pressionar a companhia a adotar cortes de custos agressivos.
A lot of people are (understandably) focused on the Saudi Arabia and Kushner part of this, but the far bigger immediate impact will come from the new private EA being on the hook for $20 billion in debt. That could mean mass layoffs, more aggressive monetization, and other big cost-cutting measures
— Jason Schreier (@jasonschreier.bsky.social) 29 de setembro de 2025 às 09:52
“Isso provavelmente significa que a EA enfrentará demissões em massa, monetização mais agressiva e outras medidas de redução de despesas”, escreveu Schreier na rede social.
A possibilidade de enxugamento de equipes não é inédita na indústria após grandes aquisições. Nos últimos anos, companhias de peso como Microsoft e Embracer também realizaram cortes significativos após ampliarem seus portfólios.
Ainda não há confirmação oficial de cortes por parte da EA, mas analistas do mercado observam que o endividamento do consórcio pode levar a uma reestruturação interna nos próximos meses.
Fundo da Arábia Saudita pode acabar interferindo em algumas franquias da EA — como já fez com a SNK
Outro ponto levantado pelos debates nas redes sociais é o potencial de interferência criativa do fundo soberano saudita em franquias da EA. O PIF já demonstrou interesse em influenciar projetos de empresas adquiridas anteriormente.
Um exemplo claro foi o caso da SNK, controlada por um fundo saudita desde 2020. Em Fatal Fury: City of the Wolves, o estúdio adicionou personagens inesperados como Cristiano Ronaldo e o DJ Salvatore Ganacci, mostrando que decisões ligadas a marketing e representatividade cultural podem surgir dessas parcerias.
No caso da EA, franquias globais como EA FC podem ser mais suscetíveis a esse tipo de integração. Com a popularidade do futebol no Oriente Médio, a possibilidade de incluir conteúdos ou campanhas específicas voltadas à região não está descartada.
Embora ainda não haja indícios concretos de mudanças criativas em franquias como The Sims ou Battlefield, a experiência com a SNK demonstra que o envolvimento do PIF pode influenciar no conteúdo e nas parcerias da EA no futuro.
Enquanto tudo ainda é bastante incerto, uma coisa é fato: venda da EA ao consórcio liderado pelo PIF marca um momento histórico para a indústria de games e pode trazer mudanças drásticas no futuro de franquias como EA FC e The Sims. Agora, queremos saber sua opinião: o que você espera dessa nova fase da publisher? Conte para a gente nas redes sociais do Voxel e TecMundo!