Starlink tem caminho aberto para chegar aos celulares no Brasil

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou um novo conjunto de regras para o setor de comunicações por satélite no Brasil. As normas passam a valer em 28 de outubro e simplificam o enquadramento regulatório, unificando licenças e ampliando a possibilidade de oferta de serviços integrados por meio de satélites — como a internet móvel da Starlink.

O pacote extingue a licença de telefonia por satélite (SGS) e incorpora suas atribuições à licença de telefonia móvel (SMP). Na prática, a consolidação permite que empresas que operam satélites ofereçam serviços de internet e voz com uma única autorização — uma mudança que reduz a complexidade regulatória e pode acelerar a chegada de novas ofertas ao mercado.

Leia mais: Starlink Mini é lançada no Brasil a partir de R$ 1,8 milO processo para começar a oferecer internet móvel via satélite no Brasil agora é mais simples. (Fonte: Starlink/Reprodução)

Que impacto isso tem para a Starlink?

Com as regras em vigor, a Starlink, provedor de Elon Musk que já atua no Brasil com serviço de acesso à internet via satélite, passa a ter um caminho regulatório mais claro caso deseje oferecer conectividade móvel. Atualmente, a empresa atende cerca de 423 mil clientes no país, mas é proibida de fornecer serviço móvel sem autorização específica.

Nos Estados Unidos, a Starlink já testa formas limitadas de conectividade móvel em cooperação com operadoras locais — funcionalidades restritas, como envio de mensagens de texto e compartilhamento de coordenadas, ilustram que a tecnologia permite cobertura em áreas remotas, mas depende de acordos e autorizações locais para operar plenamente.

Próximos passos e incertezas

A aprovação pela Anatel não implica que a Starlink começará imediatamente a oferecer internet móvel no Brasil. Será necessário que a empresa solicite as autorizações pertinentes e cumpra requisitos técnicos, regulatórios e de coordenação com operadoras locais, caso isso seja exigido. Também cabe à agência fiscalizar o cumprimento das novas regras.

Apesar da abertura regulatória, não há certeza de que a Starlink irá, de fato, pedir a licença para operar serviços móveis no país — a decisão envolverá avaliação de custos, parcerias comerciais e condicionantes regulatórias.

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Acompanhe o TecMundo para entender como a mudança na regulação pode transformar o mercado de conectividade no Brasil e quais serão os próximos passos da Starlink e de outras empresas de satélite.