O que aconteceu com Ed Gein? Conheça a história real por trás da série Monstro

A série Monstros: a História de Ed Gein estreou na Netflix e promete se tornar uma das produções de true crime mais comentadas do ano. Criada por Ryan Murphy, a antologia já explorou os casos de Jeffrey Dahmer e dos irmãos Menendez, e agora chega à sua terceira temporada.

Mas afinal, quem foi Ed Gein na vida real? O serial killer americano nasceu no começo do século 20, teve uma infância perturbada e cometeu crimes hediondos a partir dos 34 anos. Entretanto, o governo americano nunca o prendeu formalmente por múltiplos assassinatos, pois ele foi considerado mentalmente incapaz. 

A seguir, conheça a história do criminoso que inspirou filmes como Psicose e O Massacre da Serra Elétrica, e veja o que aconteceu com ele na vida real.

Nada do sonho americano: a infância de Ed Gein

Nascido em 1906, em Wisconsin, Ed Gein cresceu em um lar dominado pela figura de sua mãe, Augusta, extremamente religiosa e controladora. Ela pregava que o mundo era pecaminoso e que as mulheres eram “instrumentos do diabo”. O pai, alcoólatra e violento, era ausente e pouco interferia na criação dos filhos. 

Essa combinação de isolamento e doutrinação moldou a mente de Gein desde cedo. Quando perdeu o pai e, depois, o irmão Henry em circunstâncias misteriosas, Ed ficou sozinho com a mãe. 

A morte dela em 1945 foi um marco decisivo em sua vida: sem sua única referência, ele mergulhou em um ciclo de solidão, obsessão e morbidez. Após esse período, passou a se interessar por livros de canibalismo e relatos de atrocidades, alimentando fantasias que logo se transformariam em crimes reais.

Os crimes de Ed Gein que chocaram os EUA

Entre os anos 1940 e 1950, Gein passou a roubar túmulos e coletar restos mortais, que ele usava para confeccionar objetos macabros. Durante a investigação em sua casa, a polícia encontrou uma cena de horror, com móveis, utensílios e até roupas feitas a partir de pele e ossos humanos.

Embora tenha confessado o assassinato de apenas duas mulheres — Mary Hogan e Bernice Worden —, as autoridades suspeitaram que ele poderia estar ligado a outros desaparecimentos na região. 

O que mais impressionou foi o nível de detalhes de sua “coleção”, incluindo máscaras de pele e um “traje” completo feito com restos femininos, com o qual ele acreditava poder se transformar em sua mãe. Alguns dos objetos encontrados com o serial killer incluíam: 

Máscaras feitas com rostos humanos preservados;Um cinto feito de mamilos;Uma poltrona e abajures cobertos com pele humana;Caixas com ossos, crânios serrados e até corações preservados.

O que aconteceu com Ed Gein?

Em 1957, Ed Gein foi preso após o desaparecimento de Bernice Worden, encontrada morta em sua propriedade. No julgamento inicial, ele foi considerado mentalmente incapaz e enviado a um hospital psiquiátrico. 

Em 1968, Ed Gein passou por nova avaliação médica e foi considerado apto para participar de seu julgamento. O processo foi rápido: Ed foi declarado culpado pelo assassinato de Worden, mas novamente considerado insano. 

Por isso, nunca cumpriu pena em uma prisão comum, sendo confinado a instituições psiquiátricas pelo resto de sua vida. Ele passou décadas internado em hospitais de segurança máxima, onde permaneceu até morrer.

Como Ed Gein morreu?

Ed Gein morreu em 26 de julho de 1984, no Mendota Mental Health Institute, em Wisconsin, vítima de falência respiratória causada por câncer no pulmão. Ele tinha 77 anos de idade. 

 

O local de seu túmulo, no cemitério de Plainfield, foi alvo de vandalismo ao longo dos anos, com visitantes retirando pedaços da lápide como “souvenir”. Em 2000, sua lápide foi roubada, mas recuperada pela polícia meses depois. Hoje, o túmulo permanece sem marcação.

Lápide de Ed Gein. (Imagem: Wikimedia Commons).

Essa morte silenciosa contrastou com o pavor que Gein provocou em vida. Mesmo décadas após seus crimes, seu nome ainda gera fascínio mórbido, sendo lembrado como um dos casos mais perturbadores da história criminal dos Estados Unidos.

O destino da casa e do carro de Ed Gein

Após sua prisão, a casa de Ed Gein em Plainfield virou alvo de curiosidade pública. Havia rumores de que o local poderia se tornar uma espécie de atração turística, o que revoltou parte da comunidade. 

Antes que isso acontecesse, em março de 1958, a residência foi misteriosamente destruída por um incêndio, em circunstâncias nunca totalmente esclarecidas. Já o carro que ele usava para transportar corpos foi vendido em leilão a um dono de circo, que cobrava ingressos para exibi-lo em feiras e carnavais. 

Esse episódio mostra como o caso Gein rapidamente ultrapassou os limites da tragédia para se tornar parte da cultura popular e até do entretenimento mórbido.

Ed Gein na cultura pop: de Psicose ao Massacre da Serra Elétrica

A influência de Ed Gein no cinema e na literatura é gigantesca até hoje, e a própria série da Netflix comprova isso. Robert Bloch, autor de Psicose, inspirou-se diretamente nos relatos sobre Gein para criar Norman Bates, um jovem obcecado pela mãe. 

O sucesso do livro e, depois, do filme de Alfred Hitchcock em 1960, consolidou a imagem do assassino como referência para vilões perturbadores. A história também deu origem para a série Bates Motel, com Freddie Highmore e Vera Farmiga, lançada em 2017.

Outro exemplo é O Massacre da Serra Elétrica (1974), em que o personagem Leatherface usa máscaras de pele humana e vive em uma casa repleta de ossos e restos mortais — ecos diretos do que foi encontrado na propriedade de Gein. Até O Silêncio dos Inocentes (1991) traz resquícios do caso, com Buffalo Bill, que confeccionava roupas com pele de mulheres.

Psicose (1960) – inspirado no apego doentio de Gein à mãe;O Massacre da Serra Elétrica (1974) – vilão Leatherface e sua máscara de pele;O Silêncio dos Inocentes (1991) – Buffalo Bill e o traje de pele feminina.

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