20 out Experian, dona do Serasa no Brasil, é multada em € 2,7 milhões na Holanda por uso indevido de dados

A Experian recebeu multa de € 2,7 milhões na Holanda por violações do Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia, conforme anunciou a Autoridade Holandesa de Proteção de Dados (AP) na última sexta-feira (17). O valor equivale a R$ 16,9 milhões pela cotação atual.

Uma das maiores empresas de análise e gestão de informações de crédito do mundo, a marca sediada na Irlanda opera em mais de 40 países, fornecendo dados e soluções para que bancos e credores avaliem os riscos de efetuar negócios com pessoas físicas e jurídicas. No Brasil, ela atua como Serasa Experian.

A Experian opera em mais de 40 países, entre os quais o Brasil. (Imagem: JHVEPhoto/Getty Images)

Quais violações a Experian cometeu na Holanda?

De acordo com o órgão regulador holandês, o bureau de crédito utilizou dados pessoais coletados de diferentes fontes, públicas e privadas, de maneira indevida, sem informar aos clientes. A AP entrou em ação após reclamações de pessoas que tiveram problemas ao trocar de fornecedor de energia.

Alguns desses consumidores não conseguiam mais pagar suas parcelas, enquanto outros foram obrigados a fazer depósitos mais altos ao realizar a mudança;Essas dificuldades foram motivadas por pontuações de crédito geradas pela Experian a pedido de prestadores de serviços, afetando taxas de juros cobradas e valores de depósitos;“Como as pessoas não estavam cientes da verificação de crédito, não puderam verificar a tempo se as informações usadas estavam corretas”, afirmou o presidente da AP, Aleid Wolfsen, em comunicado;Os perfis de crédito criados pela empresa foram disponibilizados até o dia 1º de janeiro deste ano, a partir de informações sobre dívidas pendentes, comportamento de pagamento negativo e falências.

Segundo a agência, a prática consiste em violações à GDPR, uma vez que os cidadãos não foram corretamente informados a respeito de como seus dados seriam utilizados. Além disso, muitos deles nem sabiam do uso dessas informações e que isso poderia prejudicá-los ao contratar serviços ou adquirir produtos.

Operadoras de telecomunicações e lojas online estão entre as empresas que solicitaram as pontuações de crédito, indicando se o consumidor tem condições de pagar e o risco de inadimplência envolvido. As pessoas com resultados ruins poderiam ter a compra recusada ou pagar taxas mais altas.

A empresa gerou perfis de créditos que resultaram em problema para vários cidadãos holandeses. (Imagem: Armando Oliveira/Getty Images)

Empresa admite violações

Conforme a AP, a Experian admitiu ter violado a GDPR a partir das atividades citadas no relatório, reconhecendo a natureza ilegal da prática. Dessa forma, o bureau de crédito não irá apelar da decisão do órgão regulador e a multa aplicada está mantida.

Além disso, a empresa decidiu encerrar as atividades na Holanda e se comprometeu a apagar todo o banco de dados pessoais no país gerado com essa coleta ilegal de informações. A exclusão deve ocorrer até o final do ano.

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