
12 nov 97% das pessoas não sabem dizer se uma música é de IA ou não
Um estudo feito com usuários de plataformas de streaming de música revelou o atual estado do mercado e a percepção do público sobre canções feitas com inteligência artificial (IA). A pesquisa foi encomendada pelo Deezer e conduzida pela empresa Ipsos.
De acordo com os entrevistados, está cada vez mais difícil reconhecer quando uma música reproduzida em um serviço de streaming foi totalmente gerada por uma IA ou se pertence a um artista de verdade.
Além disso, a maioria do público concorda que tanto as plataformas quanto artistas precisam ser mais transparentes sobre o assunto, e que os músicos que tiveram os trabalhos usados em treinamentos dessas IAs merecem ao menos créditos e talvez até uma remuneração justa.
O panorama das músicas de IA no streaming
A pesquisa Deezer/Ipsos foi feita com 9 mil pessoas de oito regiões: Estados Unidos, Canadá, Brasil, Reino Unido, França, Países Baixos, Alemanha e Japão. O TecMundo separou alguns dos dados mais relevantes e curiosos do estudo:
97% dos entrevistados não conseguiram determinar se três músicas apresentadas a eles eram ou não totalmente geradas por IA;Desta grande parcela, 52% diz que ficou “desconfortável” ao não conseguir dizer a diferença entre as faixas;Há uma divisão na percepção sobre essa tecnologia na indústria: 64% dizem que IA pode levar a uma “perda de criatividade” na indústria e 51% cita o risco de “criação de músicas que soam genéricas e de baixa qualidade“;Por outro lado, o recurso pode ser usado para “ajudar a descobrir músicas” (46% dos entrevistados);A grande maioria (80%) concorda que músicas totalmente feitas por IA deviam receber algum tipo de selo de indicação nas plataformas. Além disso, 52% dizem que essas canções nem deveriam ser adicionadas em paradas de sucesso ao lado de criações feitas por humanos;
Remuneração para artistas
No estudo, o público também se mostrou favorável no geral a uma remuneração justa para artistas que tiveram o material copiado e usado (sem autorização ou pagamentos) no treinamento de IAs generativas de música.
Ao todo, 65% diz que esse tipo de conteúdo protegido por direitos autorais sequer deveria ser usado e 73% acham ser “antiético” gerar novas músicas sem a aprovação do artista original. Ações judiciais em andamento indicam que até conteúdo do YouTube foi usado no treinamento desses sistemas.
Por fim, 69% do público defende que o pagamento por músicas de IA seja menor do que aquele feito para humanos, além de uma parcela similar acreditar que esse tipo de criação “ameaça” o ganha-pão de músicos atuais e futuros.
Os dados completos do estudo e detalhes da metodologia adotada podem ser conferidos neste link.
Atualmente, gravadoras estão em negociação com plataformas como a Suno — e, ao mesmo tempo, com processos judiciais abertos contra as startups — para determinar como utilizar legalmente materiais protegidos por direitos autorais nessas IAs.
A própria OpenAI, dona do ChatGPT, estaria desenvolvendo um modelo de criação de músicas automaticamente. Conheça essa iniciativa nesta matéria!