GTA 6: Rockstar é processada após demitir funcionários montando sindicato

A Rockstar Games, estúdio responsável por Grand Theft Auto 6, vai para os tribunais lidar com uma situação trabalhista. Segundo informações compartilhadas nesta quarta (12), o sindicato britânico Independent Workers’ Union of Great Britain (IWGB) entrou com uma ação judicial contra a empresa após a demissão de dezenas de funcionários que tentavam formar um sindicato interno.

Segundo o IWGB, cerca de 30 a 40 trabalhadores foram dispensados de forma injusta, em um caso que a entidade classifica como “retaliação e demissão coletiva ligada à atividade sindical”. Já a Rockstar sustenta que os desligamentos ocorreram por “má conduta grave”, negando qualquer relação com o movimento de sindicalização.

Sindicato acusa Rockstar de “repressão sindical”

Em comunicado ao Eurogamer, o time jurídico do IWGB afirmou representar os funcionários que “foram demitidos em circunstâncias que configuram vitimização e dispensa coletiva”. O sindicato diz ainda que tentou negociar com a Rockstar para resolver a questão de forma amigável, mas que o estúdio recusou qualquer reunião e “persistiu em encerrar os contratos de maneira inaceitável e ilegal”.

Protestos ocorreram em frente ao escritório da Rockstar. (Imagem: People Make Games).

Com isso, o sindicato decidiu levar o caso à Justiça britânica, alegando que a empresa cometeu práticas de union busting — termo usado para descrever ações de empresas que tentam impedir ou desarticular sindicatos.

O presidente da IWGB, Alex Marshall, foi enfático ao classificar o caso como “uma tentativa clara e simples de repressão sindical”. Segundo ele, o sindicato montará “uma defesa completa, com advogados e especialistas” para garantir os direitos dos trabalhadores.

Marshall também reforçou que “espaços privados, como servidores de Discord de sindicatos, são protegidos por lei” e que “cláusulas contratuais da empresa não estão acima da legislação do Reino Unido”.

Demissões ocorreram durante processo de sindicalização

Os funcionários demitidos estavam em processo de formação do Rockstar Games Workers Union, um grupo criado para reivindicar melhores condições de trabalho antes do lançamento de GTA 6. O movimento já contava com mais de 10% da força de trabalho da Rockstar no Reino Unido, número suficiente para solicitar o reconhecimento oficial do sindicato ao governo britânico.

A situação ganhou repercussão após protestos em frente aos escritórios da empresa em Edimburgo, registrados pelo canal People Make Games. Ex-funcionários relataram que o grupo estava “muito próximo” de alcançar o reconhecimento legal antes das demissões.

Take-Two defende decisão da Rockstar

Em resposta, a controladora Take-Two Interactive afirmou que os desligamentos ocorreram “por má conduta grave e por nenhuma outra razão”, reiterando apoio total às ações da Rockstar. Em comunicado, o estúdio diz que os funcionários estavam fazendo informações confidenciais.

O caso promete se estender nos tribunais britânicos e pode servir como precedente importante para trabalhadores da indústria de games, especialmente em um momento em que a discussão sobre sindicalização cresce em estúdios de todo o mundo.

Para a Rockstar, toda a situação também ocorre em um momento complexo. A empresa recentemente adiou GTA 6, que estava previsto para maio e agora só chega no dia 19 de novembro de 2026.

Veja também – Rockstar, de GTA 6, explica demissão em massa: ‘Estavam vazando informações’

O atraso supostamente não tem conexão com as demissões, já que a empresa estaria buscando mais tempo para polimentos no game. Será que a situação trabalhista vai gerar mais problemas e acarretar mais adiamentos no game?

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